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CCJ da Câmara aprova projeto que cria novas hipóteses para impeachment de ministros do STF

O texto proíbe magistrados de expressarem posições sobre decisões e classifica a conduta como crime de responsabilidade.

Sessão da Comissão de Constituição e Justiça na quarta-feira (9)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (9), por 36 votos favoráveis e 14 contrários, um projeto de lei que cria novas hipóteses para impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O texto, de autoria do ex-deputado Paulo Eduardo Martins (PL-PR), proíbe magistrados de expressarem posições sobre decisões e classifica a conduta como crime de responsabilidade.

Na CCJ, o relator da proposta, Gilson Marques (Novo-SC), apresentou um substitutivo, texto que altera o projeto original, criando outras situações que serão consideradas crimes de responsabilidade pelos ministros. São elas:

  • valer-se de suas prerrogativas para beneficiar, indevidamente, a si ou a terceiros;
  • exigir, solicitar, receber ou aceitar promessa de vantagem indevida em razão da função;
  • violar, mediante decisão, sentença, voto, acórdão ou interpretação analógica, a imunidade material parlamentar;
  • usurpar, mediante decisão, sentença, voto, acórdão ou interpretação analógica, as competências do Poder Legislativo, criando norma geral e abstrata de competência do Congresso Nacional.
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Ainda segundo o texto, caso o presidente do Senado rejeite a denúncia de crime de responsabilidade, caberá recurso ao plenário da Casa, desde que seja oferecido por, no mínimo, 1/3 dos senadores, atualmente, 27 parlamentares. Se esse recurso não for analisado em 30 dias, passará a trancar a pauta de votação do Senado.

Além desse projeto, a CCJ também aprovou outras propostas que limitam a atuação do STF.

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A nova ofensiva contra a Corte vem no momento em que há um impasse sobre o futuro das emendas parlamentares, suspensas por decisão do ministro Flávio Dino, além da ordem do ministro Alexandre de Moraes que bloqueou o X no Brasil.


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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.