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Primeira-dama de João Pessoa vira ré por suposto acordo eleitoral com facção criminosa

Em outubro de 2024, Lauremília Lucena chegou a ser presa durante a Operação Território Livre, que apurava práticas de aliciamento violento de eleitores

Na denúncia, a primeira-dama é apontada como alguém que exercia papel de controle dentro do grupo criminoso.

A Justiça Eleitoral da Paraíba acolheu uma denúncia criminal contra a primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, tornando a esposa do prefeito Cícero Lucena (sem partido) — e vice-governadora da Paraíba entre 2003 e 2006 — ré por aliciamento violento de eleitores nas eleições municipais de 2024.

Além de Lauremília, outras nove pessoas também foram acusadas, incluindo a vereadora Raíssa Lacerda (PSB). A primeira-dama e a parlamentar chegaram a ser presas em 2024.

Foram denunciados:

  • Maria Lauremília Assis de Lucena, primeira-dama de João Pessoa;
  • Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, secretária de Lauremília;
  • Raíssa Gomes Lacerda Rodrigues de Aquino, vereadora;
  • Kaline Neres do Nascimento Rodrigues;
  • Keny Rogeus Gomes da Silva;
  • Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos;
  • Taciana Batista do Nascimento;
  • David Sena de Oliveira;
  • Josevaldo Gomes da Silva;
  • Jonatan Dario da Silva.
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Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), o grupo mantinha um acordo com a facção criminosa Nova Okaida. Os criminosos indicariam nomes para cargos públicos e, em troca, intimidavam rivais e eleitores contrários em bairros controlados pela organização em João Pessoa.

Os denunciados são acusados de:

  • Corrupção eleitoral;
  • Constrangimento ilegal a candidatos e partidos;
  • Apropriação indevida de valores públicos pagos a título de remuneração no pleito municipal de 2024.

No último ano, Cícero Lucena, de 67 anos, foi reeleito prefeito da capital paraibana com 63,91% dos votos válidos, indo para o quarto mandato à frente de João Pessoa.

Em nota para a Itatiaia, a defesa da primeira-dama afirmou que está “confiante” no trabalho da Justiça e que irá provar a inocência de Lauremília ao decorrer do processo judicial. “Quem a conhece sabe do seu trabalho social e que ela não tem qualquer envolvimento com as acusações”.

Jornalista pela UFMG, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já atuou na produção de programas da grade, apuração e na reportagem da Central de Trânsito Itatiaia Emive. Atualmente, contribui como repórter na editoria de política.