Secom da presidência cancela edital de quase R$ 200 milhões após suspeita de fraude

Licitação que mirava empresas para atuarem na comunicação digital do governo Lula está sendo investigada pelo TCU por suspeita de violação do sigilo do processo

Palácio do Planalto

O governo federal confirmou a revogação do edital aberto para a contratação de empresas que atuariam na estruturação da comunicação digital do governo Lula. O valor da proposta era inédito para esse contrato, com quase R$ 200 milhões previstos no edital. No entanto, a proposta foi marcada por uma suspeita de fraude no sigilo do processo, que precisou ser suspenso em julho, quando começou a ser investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A decisão de revogar o edital foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União da última sexta-feira (30). Na publicação, assinada pelo ministro interino da Secom, Laércio Portela, a secretaria aponta que o cancelamento do edital ocorreu por “interesse da administração”.

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Na mesma publicação, a Secom confirma que dará início imediato a reabertura de um novo procedimento licitatório para a contratação de empresas que vão atuar nas redes e na comunicação do governo federal.

Entenda a polêmica

O edital foi lançado em janeiro e vinha sendo elaborado pelo ministro Paulo Pimenta, que atualmente está designado pelo presidente Lula para comandar a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul.

A licitação era vista como uma tentativa do governo de se desvencilhar das críticas a respeito dos problemas de comunicação enfrentados por Lula em seu terceiro mandato, especialmente nas redes sociais.

O edital previa que as vencedoras seriam escolhidas pelo critério de melhor técnica, e o parâmetro para a escolha foi a elaboração de cases para combater as chamadas ‘fake news’.

Um dia antes do anúncio das empresas escolhidas, no dia 23 de abril, o portal “O Antagonista” divulgou uma mensagem cifrada nas redes sociais apontando quais seriam as empresas vencedoras. A informação foi confirmada no dia seguinte, quando o governo divulgou a classificação das empresas Moringa Digital, BR+, Área Comunicação e Usina Digital.

No dia seguinte, 25 de abril, TCU autorizou a suspensão do certame alegando indícios de possível “violação ao sigilo do procedimento”. Segundo a Secom, o processo foi idôneo.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio

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