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Ações no STF protegeram Ministério do Meio Ambiente de congelamento no Orçamento

Decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) impedem cortes no orçamento do Meio Ambiente, segundo justificou o Ministério do Planejamento

Ministério do Meio Ambiente foi o único poupado pelo congelamento orçamentário determinado pelo Governo Federal

Único ministério poupado do congelamento orçamentário bilionário decretado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Meio Ambiente foi resguardado por duas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta quarta-feira (31), dia seguinte ao detalhamento dos cortes, o Ministério do Planejamento e Orçamento esclareceu que uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) e uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) impedem o contingenciamento nas contas da pasta hoje chefiada pela ministra Marina Silva.

A ADPF citada pelo Planejamento é de março deste ano, e a decisão do STF prevê que ações de contingenciamento não podem interferir no orçamento do Ministério do Meio Ambiente. A ADO repete essa orientação. O intuito, conforme a Corte, é garantir a preservação do meio ambiente.

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Apenas o ministério de Marina Silva escapou do congelamento bilionário no orçamento assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nessa terça-feira (30) à noite. A contenção de R$ 15 bilhões determinada pela Junta de Execução Orçamentária (JEO) atingiu os demais 38 ministérios do Governo Federal, principalmente a Saúde — com um corte de R$ 4,4 bilhões.

O congelamento divide-se em um bloqueio de R$ 11,2 bilhões para cumprir o teto de despesas previsto no arcabouço e em um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões, necessário para manter a meta fiscal determinada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad — de déficit zero em 2024.

Além dos ministérios, a contenção também atinge as emendas parlamentares que seriam destinadas às comissões e às bancadas estaduais. Também serão cortados R$ 4,5 bilhões inicialmente destinados às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entretanto, a maior concentração dos cortes, cerca de R$ 9 bilhões, coube de fato às despesas discricionárias — não obrigatórias — do Planalto.

Conforme antecipou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, na última segunda-feira (29), os próprios ministérios poderão definir quais áreas e programas serão afetadas pelos cortes, desde que atendam aos valores previstos no decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Órgãos ligados ao Executivo também sofreram com a contenção: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Agência Nacional de Mineração (ANM), estão entre eles.


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Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.