Indicado à presidência do Banco Central (BC) pelo à época presidente Jair Bolsonaro (PL), Roberto Campos Neto se despedirá do cargo em 31 de dezembro deste ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá escolher um indicado seu para ocupar a cadeira.
Antes de se desligar da presidência, Campos Neto ainda precisará enfrentar três reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) para decidir os rumos da taxa básica de juros — e sob a pressão de aliados de Lula para reduzir a Selic.
Entre os compromissos que ele terá pela frente está uma ida à Comissão de Finanças e Tributação, da Câmara dos Deputados, no dia 13 de agosto. A sessão marcada para 10h, logo no retorno após o recesso parlamentar, ocorre a pedido do deputado federal Mário Negromonte Jr. (PP-BA).
Em requerimento protocolado na comissão, ele justificou o convite e argumentou que Campos Neto deve ser ouvido para detalhar a atual política monetária e cambial do país.
Reunião do Copom antecederá ida à Câmara
Trinta e sete dias atrás, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) interrompia o ritmo de cortes da taxa básica de juros, agora estacionada em 10,5%.
A definição unânime com o apoio manifesto dos nove membros do colegiado — entre eles quatro indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — endossou o alinhamento das diretorias do banco em resposta às críticas sofridas sobre uma suposta divisão entre os aliados do Planalto e os indicados por Jair Bolsonaro (PL).
Na próxima terça-feira (30), o comitê se reunirá novamente e apresentará uma nova avaliação sobre o cenário da política monetária brasileira, indicando se retomará os cortes na Selic ou se manterá no patamar atual. O resultado sairá apenas no dia seguinte, na quarta (31), e ata detalhada da reunião irá ao ar em 6 de agosto.
No encontro do último 19 de junho, o comitê avaliou que os cenários brasileiro e estrangeiro exigiam cautela na condução da política monetária àquela ocasião. “O comitê optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico demandam maior cautela”, informou o Copom à ocasião, destacando a elevação das projeções de inflação como um dos fatores para a decisão.