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Servidores lotam ALMG e protestam contra Regime de Recuperação Fiscal e teto de gastos

Projetos estão na pauta de votação desta segunda-feira (15) no Legislativo mineiro

Servidores públicos estaduais protestam contra Regime de Recuperação Fiscal, em votação na Assembleia

Servidores estaduais de diversas categorias lotam as galerias da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em protesto contra a votação de dois projetos: o que autoriza a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e outro que cria um “teto de gastos” para o Executivo estadual.

A deputada estadual Amanda Teixeira Dias (PL) foi vaiada e teve o discurso interrompido pelos servidores estaduais das áreas da educação e saúde ao criticar o presidente Lula. A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine a execução da dívida do estado com o governo federal após o dia 20 de julho — prazo dado pela Corte para que o Governo de Minas retome o pagamento das parcelas da dívida com a União, hoje na casa dos R$ 160 bilhões.

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“Para as empresas condenadas na operação Lava Jato, é perdão de multas. Para os mineiros, é pressão da AGU, nomeada pelo Lula”, disse a parlamentar do PL, interrompida aos gritos de “Fora Zema”.

Pauta tem RRF e teto de gastos

Dois projetos estão na pauta de uma reunião extraordinária em plenário na ALMG. O primeiro item é o Projeto de Lei 1.202/2019, que permite ao governo de Minas aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que estabelece regras mais rígidas para ajuste fiscal no Estado — entre elas restrições à concessão de reajuste salarial e convocação de concursos públicos. O projeto de lei precisa de maioria simples para ser aprovado.

O segundo item da pauta é o Projeto de Lei Complementar 38/2023 cria o chamado “teto de gastos” para o Executivo estadual. Pelas regras do texto, o crescimento das despesas do governo estadual serão limitadas à inflação do ano. Por se tratar de um PLC, é necessária votação qualificada para a sua aprovação, ou seja, 39 votos.

Governo: RRF é ‘transição’

A Presidência da ALMG, sob o comando de Tadeu Martins Leite e o governo de Minas apoiam a votação e aprovação dos dois projetos em pauta. Com a proximidade do prazo de 20 de julho, dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que Minas Gerais retome o pagamento do serviço da dívida, os dois Poderes temem que uma dívida de R$ 8 bilhões seja executada na próxima semana. De acordo com o secretário de Governo, Gustavo Valadares, o projeto apresentado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD), no Senado, para refinanciamento da dívida de estados é melhor que o RRF, mas que o Estado não tem condições de arcar com o pagamento desse montante de forma imediata.

“Vamos usá-lo [o Regime de Recuperação Fiscal] como transição até o projeto do Rodrigo Pacheco [ser aprovado]. Em vez de pagarmos R$ 8 bilhões no início da próxima semana, vamos pagar, até o fim do ano, R$ 2 bilhões e, no ano que vem, mais R$ 5 bilhões. Se não aderirmos ao Regime, no ano que vem são R$ 22 bilhões, coisa que a gente não tem”, afirmou o secretário do governo de Romeu Zema.


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Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.