O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), governou em “situação privilegiada” por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que asseguravam ao Estado a dispensa do pagamento das parcelas da dívida com o governo federal.
Eleito em 2018, Zema substituiu o então governador Fernando Pimentel (PT), cujo mandato foi marcado por problemas financeiros e que resultaram em calote a prefeituras e fornecedores, além de parcelamento e atrasos no pagamento de salários de servidores públicos.
Para Lula, uma decisão da ministra Rosa Weber, do STF, no final do mandato do petista — que eximia o governo estadual de pagar as parcelas da dívida com a União — beneficiaram, diretamente, o político do partido Novo.
“O governador [Romeu Zema] governou em situação privilegiada. Pimentel governou quatro anos sem poder pagar prefeito e fornecedor e dar aumento de salário. Pimentel entrou com processo, ganhou liminar da Rosa Weber. Ou seja, Zema ganhou as eleições e governou esse período sem pagar dívida. Então, ele pode pagar funcionário e prefeito porque deixou de pagar dívida. Na verdade, quem pagou foi o governo federal tudo isso”, afirmou em entrevista exclusiva à Itatiaia, nesta quinta-feira (27).
Lula voltou a defender um acordo para a renegociação de dívidas do Estado como forma de dar melhores condições para os governos estaduais . Somente Minas Gerais deve à União, R$ 160 bilhões. O tema tem sido tratado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que discute com o Ministério da Fazenda os termos do acordo.
“Por isso que a gente precisa fazer um acordo, para que a gente dê mobilidade de governança para quem for governador do estado. A gente quer que a pessoa tenha condições de governar, não quer repetir governo que não consiga governar porque não tenha dinheiro. É muito importante que prefeito e governador tenha suas obras, não é o governo federal que tem que fazer tudo”, afirmou.
Zema não vai a evento com Lula
O presidente Lula desembarcou em Minas Gerais nesta quinta-feira (27), para cumprir uma agenda oficial em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. No local, ele participa de cerimônia para vistoria de obras na avenida Maracanã.
O governador Romeu Zema (Novo) foi convidado, mas alegou compromissos no Norte de Minas para declinar ao convite da Presidência.
Lula minimizou a ausência do chefe do Executivo estadual diz que mantém relação “civilizada” com Zema.
“Eu não gosto de falar mal do governador porque o conheço pouco. Não vou falar mal, digo que mantenho relação civilizada. Ele é convidado para todos os atos que eu faço, se ele se quiser ir vai, será muito respeitado. Nunca permiti que um convidado seja maltratado, e chamo a atenção de quem maltratou”, afirmou.