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‘Paguei pelo meu crime, mas até hoje não consigo abrir uma conta no banco’, diz doleira Nelma Kodama

Figura emblemática da operação Lava Jato, doleira passou dois anos presa em regime fechado e, hoje, protagoniza documentário na Netflix

Depois de passar mais de dois anos em regime fechado, condenada por evasão de divisas, operação de instituição financeira regular, corrupção ativa e pertinência a organização criminosa na Operação Lava Jato, a doleira Nelma Kodama diz que não deve mais nada à sociedade, mas que não consegue nem mesmo abrir uma conta no banco.

Nelma é personagem central do documentário “A Doleira: A História de Nelma Kodama”, no ar pela Netflix.

Em entrevista ao “Observatório Feminino”, da Itatiaia, ela diz ter sido condenada por contratos que não assinou, mas confessa ter cometido o crime de evasão de divisas por meio de operações ilegais, o que rende dificuldades a ela até hoje.

“Eu, de fato era uma doleira, fazia câmbio, cometi evasão de divisas. Até hoje eu não consigo abrir uma conta no banco, porque meu CPF é muito perigoso”, revela.

Nelma Kodama contabiliza dois anos, três meses e 11 dias em regime fechado, mais dois anos e nove meses em prisão domiciliar e outros dois anos com monitoramento por tornozeleira eletrônica.

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“Segundo o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro, me taxou como a maior mente criminosa do Brasil, em relação ao câmbio. Eu cumpri minha pena e não devo nada à sociedade. Eu paguei pelo meu crime. Então, gostaria de ter a possibilidade de abrir uma conta no banco”, afirma.

Hoje, Nelma Kodama responde, em liberdade a uma acusação de tráfico de drogas, história que é retratada no documentário. Em abril de 2022, ela foi presa em um hotel de luxo em Portugal.

Na Operação Descobrimento, a Polícia Federal desarticulou uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína por meio da ocultação da droga na fuselagem de aviões que saíam do Brasil em direção à Europa. Em meio às investigações, a PF chegou ao nome de Nelma.


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Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
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