Conhecida como uma das figuras-chave na Operação Lava Jato, Nelma Kodama foi condenada em 2014 por corrupção, evasão de divisas e organização criminosa. Dez anos depois, especificamente nesta quinta-feira (6), a Netflix lança o documentário “Doleira: A história de Nelma Kodama” que conta com depoimentos sobre os bastidores do caso de corrupção envolvendo a ex-mulher de Alberto Youssef.
Na sinopse, a Netflix detalha o que esperar do documentário: “Depois de sair da prisão, a doleira Nelma Kodama conta como se meteu em um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil.”
A ex-dentista do interior de São Paulo foi a primeira mulher presa pela Lava-Jato. Seu nome foi mencionado pela primeira vez em 2002, quando ela era dona da agência ‘Havaí Câmbio e Turismo’. Na época, Nelma foi acusada de envolvimento em uma série de operações irregulares de dólares para o Partido dos Trabalhadores (PT) quando Celso Daniel era prefeito de Santo André, em São Paulo.
Mais tarde, em 2006, sua atuação como doleira veio à tona mais uma vez na CPI dos Bingos. Foi Antonio Claramunt, o Toninho Barcelona, quem a apontou como responsável por operações irregulares em dólar para o PT.
Em março de 2014, ela foi presa no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Conforme apontou o Ministério Público Federal, ela tentou fugir para a Itália com 200 mil euros escondidos na calcinha, assim que descobriu que estava sendo investigada pela Polícia Federal.
Apesar disso, ela negou que o dinheiro estivesse em sua calcinha e informou que estava no bolso. “Eu acho que [essa história] aconteceu porque havia casos [de homens] com dinheiro na cueca. E precisavam de ter uma mulher com dinheiro na calcinha”, disse, na época.
Em outubro do mesmo ano, a sentença foi decidida pelo então juiz Sergio Moro em 18 anos de prisão por corrupção, evasão de divisas e organização criminosa pela lavagem de R$ 221 milhões. Ela enviou US$ 5,2 milhões para o exterior por meio de 91 operações de câmbios irregulares.
Um dos episódios mais marcantes de Nelma Kodama foi em 2015, quando ela cantou a música “Amada Amante”, de Roberto Carlos, diretamente na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.
Cinco anos depois, em 2019, um indulto natalino concedido pelo ex-presidente Michel Temer deu o aval para que ela retirasse a tornozeleira eletrônica e fosse solta.
O documentário
“Doleira: A História de Nelma Kodama” promete uma narrativa repleta de elementos intrigantes: amor, sexo, traição e muito luxo. A produção não apenas detalha os desafios e as reviravoltas enfrentados por Nelma, mas também explora sua personalidade singular.
A capacidade de persuasão e a audácia de Nelma foram fundamentais para que ela navegasse em um ambiente dominado por homens, conseguindo operar com eficiência e discrição.
Dirigido por João Wainer e produzido pela TX Filmes, o documentário conta com o roteiro de Camila Kamimura e produção de Camila Villas Boas e Roberto T. Oliveira. As produtoras executivas são Carol Amorim e Yara Camargo. A equipe de produção promete um relato fascinante e revelador sobre uma das personagens mais enigmáticas e controversas da Lava Jato. Assista ao trailer: