A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) negou, nesta sexta-feira (17), ter engavetado o “Brasil 2040”, projeto do Governo Federal que reuniu pesquisadores entre 2013 e 2014 para uma série de estudos sobre os impactos das mudanças climáticas no país.
Veículos nacionais publicaram nos últimos dias informações de que a equipe econômica de Rousseff interrompeu o projeto antes que ele cumprisse o propósito inicial de sugerir soluções para minimizar os efeitos das alterações no clima. Pesquisadores que compuseram o time de especialistas do programa denunciaram ainda que o Brasil 2040 chegou ao fim após ter previsto as consequências da construção de usinas hidrelétricas na região amazônica — um dos planos da gestão Dilma.
“Tal informação não procede e ignora a tramitação do estudo, que resultou na política do governo brasileiro para enfrentamento das mudanças climáticas”, afirmou a assessoria em nota. “O mencionado documento foi remetido ainda no final do primeiro semestre de 2015 pela Secretaria de Assuntos Estratégicos ao Ministério do Meio Ambiente e incorporado ao Plano Nacional de Adaptação para Mudança Climática”, acrescentou. A equipe de Dilma Rousseff sustenta ainda que os relatórios produzidos no âmbito do Brasil 2040 serviram como base para a assinatura brasileira no Acordo de Paris.
A suspensão do programa em 2015 veio à tona em meio à tragédia humanitária e ambiental no Rio Grande do Sul, devastado por chuvas, enchentes e inundações históricas. No documento, cientistas previam aumento na incidência de temporais na região Sul do Brasil.