Em seis meses, a mineração gerou cinco mil novas vagas e atingiu um pico de 226 mil empregos diretos no país. Com isso, a indústria extrativa superou a marca de 2,4 milhões de postos diretos, indiretos e induzidos. No mesmo período, o segmento recolheu R$ 48 bilhões entre tributos e outros encargos. Os números são referentes ao período entre janeiro e junho deste ano, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
Além dos impostos, o setor distribuiu R$ 3,7 bilhões da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Em 2024, a arrecadação com a compensação atingiu a marca de R$ 7,4 bilhões.
Conhecida como royalty da mineração, a CFEM tem porcentagens que variam entre 1% e 3,5%, dependendo do mineral explorado. Segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), dos 100% da CFEM, os municípios produtores ficam com cerca de 60%, 15% para o Estado produtor, 15% para outros municípios vizinhos afetados de alguma forma pela mineração e outros 10% para a União.
A equipe de reportagem da Itatiaia viajou aproximadamente dez horas de carro da capital belorizontina até o Vale do Jequitinhonha. Por lá, com o aumento da exploração do lítio, considerado um dos minerais do futuro, o prefeito da cidade, Tadeu Barbosa (PSD), destaca que a realidade do município já mudou.
“A gente tem experimentado, em Araçuaí, uma oportunidade muito bacana de desenvolvimento econômico. A mineração traz oportunidades e também desafios, mas o nosso foco está nas oportunidades. Um exemplo é o emprego. Um dos problemas mais antigos era a migração da mão de obra local para outros centros, sobretudo para o corte da cana-de-açúcar. A região carregava o estigma das viúvas de maridos vivos, aqueles que saíam de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, para trabalhar em São Paulo. Agora vemos que isso tem diminuído”, detalha Tadeu Barbosa (PSD).
Prefeito de Araçuaí, Tadeu Barbosa (PSD)
O Procurador-Geral de Justiça de Minas Gerais, Paulo de Tarso, acredita na evolução dos padrões de segurança e exploração do setor.
“A experiência aprimora a técnica de exploração do mineral e contribui para evitar tragédias. O papel do Ministério Público é garantir que essa exploração seja sustentável, porque é inevitável explorar. O que temos no solo mineiro não é, talvez, uma riqueza só de Minas Gerais, mas uma riqueza global, da humanidade, já que o mineral é necessário em nossas vidas.
Precisamos fazer uma exploração sustentável, com respeito, reparação do meio ambiente e compensações para os entornos, adotando práticas que permitam que o meio ambiente não sofra tantas consequências da atividade mineradora”, relata o Procurador-Geral de Justiça de Minas Gerais.
O Procurador-Geral de Justiça de Minas Gerais, Paulo de Tarso, e o repórter Mardélio Couto, durante entrevista