O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (2) que os Três Poderes da República façam um pacto nacional para que o país possa organizar as contas públicas. O discurso foi feito, após ser questionado por jornalistas, na tarde desta terça-feira (2), sobre a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) de derrubar os pontos da Medida provisória, editada pelo governo, que acabava com a desoneração da folha de pagamentos dos municípios. Pelas contas do governo, a medida terá impacto de R$ 10 bilhões aos cofres da União.
Haddad destacou que o governo tenta convencer os parlamentares a encontrar as fontes de despesas que foram criadas pelo Parlamento, incluindo o piso salarial da Enfermagem, o novo Bolsa Família, além da desoneração da folha para empresas de 17 setores da economia. “Nós precisamos de um pacto nacional dos Três Poderes, uma harmonia entre os Três Poderes para a gente chegar aos objetivos pretendidos na área econômica”, afirmou ele. Haddad avaliou que o pacto entre os Poderes é um caminho para que o governo possa cumprir a meta de déficit zero das contas públicas em 2024.
O ministro da Fazenda ressaltou que os Três Poderes precisam buscar alternativas para arcar com os custos de despesas feitas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o pagamento dos precatórios. “Não vai ser um ministério ou um poder da República que vai resolver a herança herdada pelo governo anterior de absoluto desequilíbrio federativo e desequilíbrio fiscal”, completou Haddad.
O pacto entre os Poderes permitiria a resolução de problemas aos cofres da União, no entendimento de Haddad, como o fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. As duas iniciativas do governo tramitam no Congresso Nacional, por meio de projeto de lei.