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Brumadinho: Justiça analisa pedido de habeas corpus do ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman

Schvartsman é réu em duas ações, uma por homicídio doloso qualificado, pelas 270 mortes, e outra ação por crimes ambientais causados pelo desastre

Schvartsman é acusado com outras 15 pessoas trabalhavam na Vale e na Tüv Süd na época da tragédia.

Teve início nesta quarta-feira (6) o julgamento do pedido de habeas corpus do ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman para que ele deixe de responder pelas mortes de 272 pessoas causadas pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro de 2019. O Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) analisa o pedido em audiência on-line. O julgamento pode se estender até o dia 12 de março.

Schvartsman enfrenta processos em duas instâncias judiciais distintas: uma por homicídio doloso qualificado, relacionado às 270 mortes, e outra por crimes ambientais decorrentes do desastre.

Ele é acusado com outras 15 pessoas trabalhavam na Vale e na Tüv Süd na época da tragédia. A Tüv Süd, responsável pela certificação de segurança da barragem poucas semanas antes do incidente, também está envolvida.

Conforme as conclusões da investigação conduzida após a denúncia do Ministério Público em 2020, Schvartsman e os outras 15 pessoas tinham conhecimento do risco de ruptura da barragem, porém não tomaram medidas para prevenir o desastre.

A defesa do ex-presidente da Vale entrou com um pedido de habeas corpus em dezembro de 2023, argumentando que não havia fundamentos válidos para a denúncia e que não seria justo responsabilizar o executivo por omissão no caso do rompimento da barragem.

Em dezembro de 2023, o relator do processo, desembargador Flávio Boson Gambogi, votou a favor da concessão do habeas corpus. No entanto, a análise do pedido foi interrompida após o desembargador Pedro Felipe Santos solicitar mais tempo para examinar o processo. Os próximos votos serão dados pelos desembargadores: Pedro Felipe Santos e Klaus Kuschel.

Cinco anos após o desastre, ainda não houve julgamento do caso. Das 270 vítimas, incluindo duas mulheres grávidas, os restos mortais de três pessoas continuam desaparecidos.

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Repórter de Política Nacional e Internacional na rádio Itatiaia. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pós-graduanda em Comunicação Governamental na PUC Minas. Sólida experiência no Legislativo e Executivo mineiro. Premiada na 7ª Olimpíada Nacional de História do Brasil da Universidade de Campinas.