O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou na manhã desta sexta-feira (9), a íntegra do vídeo da reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com ministros e militares. O encontro, que aconteceu em julho de 2022, faz parte das investigações sobre planejamento de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O vídeo da reunião ministerial, que estava em posse de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi uma das provas que embasou a operação “Tempus Veritatis”, que jogou luz sobre um suposto plano de intenções golpistas para que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse invalidada e o então presidente se mantivesse no poder, mesmo após ser derrotados nas urnas, em outubro de 2022.
Na gravação, Bolsonaro diz aos ministros que eles não poderiam deixar acontecer o que estava “pintado” e insinuou que a esquerda venceria o pleito mesmo se ele tivesse 80% dos votos.
“Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”, afirmou o ex-presidente.
Veja destaques:
Bolsonaro cobra ação de ministros para impedir vitória de Lula: “Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos.
Em outro momento da reunião, o ex-presidente mostra irritação e chega a questionar a falta de atitude de membros do governo na campanha promovida por ele para desacreditar as urnas. “Vocês sabem o que está acontecendo. Achando que esses caras estão de brincadeira? Ah, vamos lá… Não estão de brincadeira. O que está em jogo é o bem maior que nós temos e contamos aqui na terra, que é a porra da liberdade. Mais claro, impossível. Nós vamos ter que reagir”, afirmou.
‘O Supremo é um poder à parte e decide tudo, muitas vezes fora das quatro linhas’: “O nosso Supremo é um poder à parte. É um super Supremo. Ele decide tudo. Muitas vezes fora das quatro linhas. Não dá para a gente ganhar o jogo com pessoas atirando da arquibancada em jogadores nossos. Com juiz que toda hora dá impedimento quando a gente ataca.
Bolsonaro confirma uso eleitoreiro de PEC que aumentou valor do Auxílio Brasil: “A Câmara deve votar hoje a PEC da Bondade, como foi chamada, e não tem como, depois dessa PEC da bondade, a gente não tá pensando nisso, mas ter 70% dos votos. Mas a gente vai ter 49% dos votos e eu vou explicar porque”,
A “PEC da Bondade” aumentou o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, além de elevar o valor do vale-gás para o equivalente em dinheiro a um botijão (R$ 120) a cada 2 meses, concedendo voucher de R$ 1.000 para caminhoneiros autônomos, entre outros. O impacto no orçamento foi R$ 41,2 bi e a medida foi considerada por opositores como uso da máquina pública para que Bolsonaro ganhasse as eleições.
Bolsonaro queria que OAB e PF assinassem nota questionando lisura das eleições: “Olhem pra minha cara, por favor. Todo mundo olhou pra minha cara? Acho que não tem bobo aqui!”, começou.
“Eu acredito que essa proposta de cada um da Comissão de Transparência Eleitoral tem que… Quem responde pela CGU vai, quem responde pelas Forças Armadas aqui…
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