O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (31) que o crime organizado se transformou em uma grande indústria multinacional, maior que a Petrobras. O discurso foi feito em coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto, que contou com as presenças dos ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, da Defesa, José Múcio, o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, além do ministro do Supremo Tribunal Federal aposentado Ricardo Lewandowski, que irá assumir o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública na quinta-feira (1).
Lula falou sobre a dificuldade para combater o crime organizado, e alfinetou os Estados Unidos, que segundo ele, instalaram uma base militar na Amazônia para combater o narcotráfico. “Não é uma coisa fácil de combater porque o crime organizado virou uma grande indústria multinacional, maior que a Petrobras, uma coisa muito poderosa. É uma coisa tão difícil de combater que muitas vezes, um país rico como os Estados Unidos acha que combater a droga será resolvida colocando uma base militar na Amazônia ou colocar base militar na Colômbia’, criticou.
O presidente chamou a atenção para a necessidade de cuidar dos usuários de drogas, se referindo aos usuários de crack como zumbis, considerados por ele como a “ralé dos drogados”. “Os granfinos que usam as drogas químicas, que usam a cocaína refinada, não estão no lugar do crack, esses não estão nas periferias bruta do país, eles estão confinados. Esses lidam com milhões, e essa droga vai para o porto de Amsterdã, Berlim, dos Estados Unidos, está em todo lugar. Somente uma indústria poderosa é capaz de fazer isso”, enfatizou.
Lula afirmou que uma das formas de combater o tráfico de drogas é investindo em educação. “A gente quer ver se consegue humanizar o combate ao pequeno crime, as pessoas mais humildes, e jogar muito pesado para enfrentar a chamada indústria internacional do crime organizado. Essa tem avião, návio, barco iate, essa tem tudo, tem poderes em muitas decisões em instâncias de poderes de países. Essa é a que nós temos que enfrentar”, afirmou Lula, que prometeu investir em inteligência. “Pegar essa gente é sempre mais complicado. De repente, o cara que vai investigar vai estar diante do chefe dele, e ele não sabe como se comprovar”, concluiu Lula, que desejou boa sorte ao ministro Ricardo Lewandowski, que assumirá o Ministério da Justiça e Segurança pública nesta quinta-feira (1).
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