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Abin conduziu investigação própria após denúncias sobre uso ilegal de programa espião, diz agência

Operação da Polícia Federal prendeu dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nesta sexta-feira

Operação da Polícia Federal (PF) mirou uso ilegal de programa espião por servidores da Agência Brasileira de Inteligência

Após operação da Polícia Federal (PF) com a prisão de dois de seus servidores nesta sexta-feira (20), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alegou colaborar com a corporação para identificar os responsáveis pelo uso ilegal de um programa espião durante a direção de Alexandre Ramagem no órgão. A Abin confirmou o afastamento de cinco agentes investigados e indicou que a corregedoria da agência conduziu uma investigação própria para identificar operações ilegais com a ferramenta de monitoramento.

A ação da PF acarretou na prisão de dois funcionários e no afastamento de outros cinco de suas funções. Além disso, vinte e cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em quatro estados — São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás — e no Distrito Federal.

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A investigação atestou que agentes da Abin operaram o sistema de geolocalização de dispositivos móveis para monitorar adversários do ex-presidente Bolsonaro sem a permissão do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os alvos desse software de espionagem estão advogados, juízes e jornalistas.

A aquisição do programa ocorreu durante o governo de Michel Temer (MDB) após o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Entretanto, segundo a ação da PF, os usos indiscriminados e ilegais do programa ocorreram à época em que o diretor da Agência era Alexandre Ramagem, aliado do governo Jair Bolsonaro (PL) e hoje deputado federal eleito pelo Partido Liberal.

Conforme a Polícia Federal, cerca de dez mil aparelhos celulares podem ter sido monitorados ilegalmente. O FirstMile permite o rastreamento dos dispositivos móveis a partir da transferência de dados do telefone para torres de telecomunicações.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.