Dois servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência)
Segundo a PF, os servidores teriam usado um programa espião para monitorar adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), advogados, juízes e jornalistas durante a gestão de Alexandre Ramagem na Abin. Hoje, Ramagem é deputado pelo PL.
O programa usado é o FirstMile, ferramenta israelense usada entre 2018 e 2021, durante o governo Bolsonaro, notadamente durante a pré-campanha eleitoral. As informações são da CNN.
Em nota, a Abin afirma “o contrato 567/2018, de caráter sigiloso, teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021.”
O uso do programa espião de forma irregular foi revelado em março pelo jornal O Globo, o que motivou a abertura de inquérito na Diretoria de Inteligência da PF. A investigação identificou 33 mil acessos da localização de ‘alvos’.
A operação da PF foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e faz parte do inquérito das fake news. São dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás.
Programa espião
Cerca de 10 mil proprietários de celulares, por ano, podem ter sido monitorados sem a autorização judicial, segundo a Polícia Federal.
O programa permitia que fosse rastreado o paradeiro de alguém com os dados que eram transferidos do celular para torres de telecomunicações instaladas em diferentes regiões.
Conforme as investigações, os dois servidores da Abin chegaram a usar o conhecimento sobre o programa espião para evitar demissoes em processos disciplinares.
A Abin ainda não se pronunciou sobre a operação.