O líder do governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), João Magalhães (MDB), disse, nesta quinta-feira (19), acreditar que será possível convencer a maioria dos deputados estaduais a autorizar a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Magalhães reconheceu que o ajuste das contas públicas, visto como saída para refinanciar uma dívida bilionária contraída junto à União, é um remédio “amargo”.
Segundo ele, até o fim do ano, os esforços da base governista no Legislativo, estarão voltados à busca dos votos necessários para aprovar o texto. No entendimento da equipe de Zema, caso o ingresso no RRF não aconteça até 20 de dezembro,
“Não estamos falando de uma dívida de R$ 1 mil, mas de uma dívida de R$ 160 bilhões. Para uma doença grave, o remédio é amargo. Estamos tendo muita prudência nessa discussão. É uma matéria muito sensível, (que) envolve Poderes, o funcionalismo e todo o estado. Estamos tratando disso com muito apreço, segurança e sem atropelo”, disse Magalhães, em entrevista coletiva na sede da ALMG, em Belo Horizonte.
Nesta semana, Zema
“A maioria dos deputados está entendendo que o remédio é amargo, mas necessário. O cenário seria muito mais temerário se não votarmos — se entrarmos o ano sem aprovar o regime e já com as sanções que todos nós sabemos que virão”, alertou.
Audiências antes das votações
Secretários de Estado de Zema são esperados na Assembleia para tirar dúvidas dos parlamentares a respeito das bases do RRF. O plano que lista as medidas que o governo pretende tomar para renegociar o débito foi enviado ao Parlamento no início da semana. A lista de ações tem, por exemplo,
Segundo João Magalhães, Gustavo Barbosa, chefe da Fazenda estadual, e Luísa Barreto, titular da pasta de Planejamento e Gestão, devem ir ao Palácio da Inconfidência, sede do Legislativo, na segunda-feira (23) e na terça-feira (24). Eles vão participar de audiências públicas sobre a Recuperação Fiscal.
“Acho que vai prevalecer o bom senso. Os deputados vão entender que a aprovação da adesão é necessária, uma vez que a situação do estado, todos conhecemos, é calamitosa. Apesar de o estado estar pagando salários, 13° e contas em dia, tem um sacrifício de não conseguir, nem mesmo, fazer recomposição salarial — por conta dos limites constitucionais de teto de gastos”, projetou o líder governista.
Depois das audiências, a ideia é que o projeto seja votado pelas comissões temáticas da Assembleia. O texto passará por três comitês: Constituição e Justiça, Administração Pública e Fiscalização Financeira. No plenário, serão dois turnos de análise.
“Com a vinda do regime, o estado pode tomar um novo caminho e voltar a crescer. Novas receitas virão. Temos de apostar que vai melhorar”, esperançou.