O governo Lula não vai incentivar a substituição de 100% da frota de veículos a combustão por carros elétricos. A informação foi dada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), em entrevista ao vivo no Jornal da Itatiaia desta sexta-feira (6). O chefe da pasta informou que a prioridade serão os veículos híbridos, com foco no etanol, biocombustível brasileiro.
“Temos o etanol, que é um exemplo para o mundo. Acho que a transição energética, a menor emissão de C02 e a descarbonização do setor de mobilidade e transporte do Brasil vão ocorrer através dos veículos híbridos flex. Ou seja, os biocombustíveis, de que nós do governo Lula temos estimulado a produção, serão o caminho natural. Mas o Brasil tem crescido e, por isso, essas linhas de transmissão são fundamentais, em especial as energias limpas e renováveis”, disse.
O ministro destacou ainda que há uma disputa geopolítica no mundo sobre a questão da matriz, conforme os interesses da indústria de cada região. “A China defende a eletrificação, os Estados Unidos e a Europa defendem a mesma matriz que o Brasil”, pontuou.
Dados
Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE ), apontam que 7.795 carros híbridos e elétricos foram vendidos no Brasil somente em setembro. A BYD, gigante chinesa, lidera o ranking seguida por Toyota, GWM, Caoa Chery, BMW, Volvo, Land Rover, Audi, Kia e Hyundai.
Levantamento da empresa de pesquisa BloombergNEF (BNEF) aponta que o mundo tem, atualmente, 27 milhões de veículos elétricos, número que deve saltar para 100 milhões até 2026. No Brasil, a frota não passa de 3% do total de veículos em circulação. Apesar desse percentual, o emplacamento de carros eletrificados cresceu 58% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022.
