Um vereador de Sete Lagoas, na região central de Minas Gerais, apresentou uma proposta para reduzir em 20% o próprio salário e de seus colegas de Câmara Municipal.
Cada um dos 17 parlamentares eleitos na cidade ganha R$ 14.726 e, com a redução, o vencimento bruto de cada um deles cairia para R$ 11.771. Um trabalhador de Sete Lagoas, que ganha um salário mínimo por mês, precisa trabalhar oito meses para juntar o que um vereador do município ganha no mesmo período.
O autor do pedido de redução salarial é o vereador Júnior Sousa (PSD). Sousa, que está no primeiro mandato, é o vereador mais jovem da cidade e foi eleito com 2.892 votos nas eleições de 2020. Ele já formalizou a intenção e encaminhou o pedido de redução dos salários por meio de uma solicitação à Mesa Diretora da Câmara.
À reportagem, o vereador disse que veio da iniciativa privada e não concorda com o excesso de benefícios concedidos a classe política. O político ainda que quer cortar ainda outros benefícios concedidos aos vereadores da cidade, como veículos alugados e gasolina paga pela prefeitura para os políticos.
“São dois pontos: a redução de 20% no valor do subsídio do vereador e o corte dos veículos e da gasolina, que é pago hoje pela Câmara Municipal de Sete Lagoas, no valor de R$ 388 mil anual, considerando os 13 veículos e o combustível”, diz o vereador. Nos cálculos do parlamentar, a economia anual chegaria a R$ 1 milhão.
Na avaliação do vereador, o dinheiro economizado pela Câmara poderia voltar para os cofres da prefeitura e ser utilizado de outras formas. Sousa diz que não concorda com o fato de que os vereadores andam de carro novo alugado e gasolina pagos com o dinheiro do povo e os professores da cidade não tem direito ao vale-transporte. Segundo ele, o recurso também seria muito bem recebido em áreas como transporte público e saúde, que acumulam problemas em Sete Lagoas.
"É um valor que a gente teria de muita contribuição ao Executivo, principalmente no que diz respeito ao servidor público. Hoje, nós não pagamos vale-transporte para os professores. Então, você imagina o vereador receber esse valor e os professores não terem um benefício de vale-transporte”, compara.
Tramitação
A proposta do vereador agora precisará ser analisada pela Mesa Diretora da Câmara, que terá a função de decidir se o texto irá ou não avançar no Legislativo municpal. Ainda não tem um prazo para que isso ocorra.
A Itatiaia apurou que o Presidente da Câmara, vereador Caio Lucius Valace de Oliveira, do Podemos, não presidiu a reunião onde a proposta foi encaminhada à Mesa Diretora.
Alegando motivos pessoais para ausência, o político foi substituído pelo vice-presidente Rodrigo Braga da Rocha (PV). Em contato com a nossa reportagem, ele disse que os encaminhamentos sobre a proposta parlamentar devem ser tomados na próxima reunião do Legislativo municipal.