A CPI do MST da Câmara dos Deputados vai ouvir nesta terça-feira (15) o líder do movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, João Pedro Stédile, em reunião marcada para às 14 horas da tarde.
O requerimento de convocação, protocolado por três deputados, pede para que Stédile forneça detalhes das ocupações feitas pelo MST.
Aliados do Palácio do Planalto buscam formas de blindar o líder do MST durante o depoimento, em uma comissão que foi esvaziada, depois que partidos do chamado centrão, como o Republicanos e Progressistas, que negociam para ingressar ao governo, decidiram trocar os membros do colegiado por deputados considerados neutros, o que pacificou os debates na comissão.
Outra ideia dos aliados é dissociar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do MST. Para isso, João Pedro Stédile deve tecer críticas ao governo e deixar claro que, por ter apoiado Lula nas eleições, tem liberdade para criticá-lo.
Na última reunião do colegiado, que ouviu o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), o clima já estava mais morno, sem nenhum embate entre membros do governo e a oposição, que é maioria. A mudança no ambiente da CPI é fruto da manobra do governo para esvaziar o colegiado.
A CPI do MST iniciou os trabalhos em maio deste ano, com prazo de 120 dias para conclusão, podendo ser prorrogado por mais 60 dias. O relator da CPI, deputado Ricardo Salles, do PL de São Paulo, já anunciou que não pretende pedir a prorrogação dos trabalhos da CPI.