A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, avalia que há um avanço perceptível na investigação do assassinato da irmã dela, a ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), e do motorista Anderson Gomes, após a Polícia Federal ter entrado no caso.
A ministra evitou fazer críticas diretas às investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro. No entanto, ela fez menção a interrupções e perguntas que ainda não foram respondidas. As declarações de Anielle foram dadas nesta sexta-feira (4) em resposta a uma pergunta da Itatiaia no evento “Diálogos Amazônicos”, em Belém (PA).
“Em conversas tanto com o (ministro da Justiça, Flávio) Dino, quanto com o Andrei (Rodrigues, diretor-geral da PF), eu sempre falo para eles que toda cooperação é bem-vinda para esse caso”, disse a ministra. “Eu acho que é um caminho que a gente está traçando, mas eu espero, de verdade, mesmo vendo esses avanços, que a gente não precise esperar mais cinco anos e quatro meses para poder saber quem mandou matar Marielle e porquê”.
“Além da prisão do Suel no dia 24, ele afirma que [o crime] era um plano desde 2017. A Mari tinha seis meses de mandato. Qual o motivo que levaria assassinar uma mulher negra daquele jeito com cinco tiros na cabeça, treze no corpo?”, questionou Anielle.
Na madrugada desta sexta-feira (4),
Os agentes foram ao Complexo Lins, Rocha Miranda e no Méier, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e ao Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. Documentos foram apreendidos. A CNN Brasil confirmou que a mulher de Suel foi alvo de busca e apreensão. A força-tarefa disse que ela seria ouvida no âmbito das investigações.
Na semana passada, a PF afirmou que Suel era o responsável por controlar a exploração do serviço clandestino de TV por assinatura na região de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A informação foi dada por Leandro Almada da Costa, superintendente regional da Polícia Federal do Rio de Janeiro, durante entrevista coletiva sobre a Operação Élpis, na qual Suel foi preso.
Ainda de acordo com as investigações, Suel teria um patrimônio incompatível com sua renda. Entre as possíveis evidências encontradas, chamou atenção dos investigadores o alto padrão da moradia do ex-bombeiro. Conforme mostrou a CNN Brasil, os investigadores apuram a movimentação de R$ 5,3 milhões nas contas de Suel e de empresas ligadas a ele em três meses. A defesa de Suel disse à CNN que não comentaria as movimentações.