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Prefeito de BH diz que não pagará empresas de ônibus se elas não cumprirem determinações

Prefeito disse que os ônibus não deverão circular lotados e as empresas devem manter o ar-condicionado ligado

Fuad Noman ressaltou que empresas de ônibus devem cumprir acordo sobre melhorias no transporte

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), disse que tem total controle de que os ô nibus da capital irão circular de forma segura e confortável para os passageiros. O chefe do Executivo municipal esteve neste domingo (16) no bairro Milionários, na região do Barreiro, para entregar as obras de reforma da Praça da Cristo, e explicou à Itatiaia que se as empresas de ônibus não cumprirem as determinações, incluindo ar-condicionado em funcionamento e aumento do número viagens, elas não receberão o complemento da passagem.

Até o final do ano, a prefeitura irá repassar às empresas um total de R$ 512,8 milhões. O valor está previsto em lei municipal que foi sancionada no início do mês e que garantiu, também, que a tarifa voltasse para R$ 4,50 - valor cobrado desde o dia 8 de julho.

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“O sistema que está montado da prefeitura para acompanhamento das viagens é muito completo. A prefeitura tem hoje todo controle de todas as viagens. Têm fiscais que estão verificando se os ônibus estão saindo muito cheios, saindo sem ar-condicionado. Agora, logicamente, a população é muito importante para fazer isso. A prefeitura está fazendo o melhor possível, mas a gente tem que entender que essas melhorias não acontecem da noite para o dia”, explicou.

O prefeito ainda acrescentou: “Não tem mais nenhum motivo para que os ônibus não tenham qualidade”.

Perguntado sobre as empresas de ônibus não pagarem às multas referentes a descumprimentos, Fuad disse que se isso ocorrer elas não receberão o complemento da passagem. “Eu só não pago a complementação da passagem”, destacou.

Outro ponto previsto na lei municipal sancionada pelo prefeito é o aumento e renovação da frota de veículos que rodam na capital mineira. No entanto, Fuad destacou que isso será feito “paulatinamente”, já que há dificuldades para a aquisição de um grande volume de ônibus. “Não tem condições de comprar 420 ônibus hoje”, resumiu.

“Então tem um tempo aí, mas estou convicto de que a gente vai conseguir fazer isso com a população nos ajudando, com os fiscais atuando fortemente e, com o sistema que a prefeitura tem, eu acho que vai ser muito difícil que as empresas não cumpram”, completou.

“Se um ônibus quebrar no meio da rua, a gente não paga, se um ônibus atrasar, for muito cheio e não tiver o ar-condicionado, não recebe, então a lógica está montada para que o sistema funcione normalmente sobre o nosso controle e não mais sobre o controle das empresas”, finalizou.

Vetos ao projeto

O projeto de lei que prevê o pagamento de um subsídio de R$ 512,8 milhões foi vetado parcialmente pelo prefeito Fuad Noman. Desde a última quarta-feira (13), os vetos estão na pauta da Câmara Municipal de Belo Horizonte, para serem avaliados, o que ainda não ocorreu. Nas três reuniões de plenário, a sessão foi encerrada por falta de quórum mínimo para a continuidade dos trabalhos.

Um dos vetos do prefeito se deu no trecho do projeto de lei que garante tarifa zero aos usuários do transporte público de ônibus aos domingos e feriados.

Ao justificar o motivo do veto, Fuad disse que o texto interfere no contrato firmado pelo Executivo e as empresas de ônibus.

"(...) representa uma interferência indevida nos contratos administrativos firmados entre o poder concedente e as respectivas concessionárias, desrespeitando competência própria do Poder Executivo e afrontando, por conseguinte, o princípio da separação de poderes”, afirmou.

O outro veto é relacionado a trechos do projeto de lei que beneficia os permissionários do transporte suplementar - como a destinação de 10% do valor total do subsídio. Sobre este ponto específico, o prefeito de Belo Horizonte diz que a medida seria inconstitucional.

“Os valores a serem pagos em cada um dos sistemas, ao invés de guardarem entre si uma necessária proporcionalidade estabelecida previamente por lei, como é a intenção do art. 2º da Proposição de Lei, devem ser devidamente individualizados pelo Poder Executivo, por dependerem do custo operacional de referência, do tipo e complexidade da operação, da quantidade de quilometragem produzida, da integração tarifária, do volume de investimentos e da relação entre receita tarifária e custo operacional”, diz a justificativa do prefeito.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.
Apaixonado por rádio, sou um bom mineiro que gosta de uma boa conversa e de boas histórias. Além de acompanhar a movimentação do trânsito, atuo também na cobertura de vários assuntos na Itatiaia. Sou apresentador do programa ‘Chamada Geral’ na Itatiaia Ouro Preto.