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Moraes hostilizado: deputados e senadores condenam agressões ao ministro do STF

Ministro foi xingado e seu filho foi agredido na noite de sexta-feira (14) no Aeroporto Internacional de Roma

Os ataques sofridos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de sexta-feira (14), no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália, repercutiram no meio político neste sábado (15) e vários parlamentares, de partidos de direita e de esquerda, lamentaram o episódio.

Os insultos começaram quando o magistrado foi confrontado por três brasileiros por volta das 18h45 no horário local, segundo a PF.

Uma mulher hostilizou Moraes, chamando-o de “bandido, comunista e comprado”. Outro deu coro aos insultos e, logo depois, chegou a agredir fisicamente o filho do ministro, segundo a PF. Um terceiro homem juntou-se aos dois agressores, proferindo palavras ofensivas.

Moraes estava acompanhado de sua família no aeroporto. O magistrado retornava da Universidade de Siena, onde havia ministrado uma palestra no Fórum Internacional de Direito.

Repercussão

“Nada justifica ataques ou abordagens pessoais agressivas contra ministros do STF ou seus familiares. Minha solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes. Não é esse o caminho”, escreveu o senador Sérgio Moro (União Brasil).

A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, também usou as redes para condenar os ataques ao ministro: “Ataque a Alexandre de Moraes e sua família é deplorável, resultado do ódio disseminado por lideranças bolsonaristas, que só sabem estimular a violência alimentada por mentiras. Isso tem de acabar”.

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL), afirmou que “a intimidação e a violência física não são instrumentos da luta política”.

“Repudio essa forma irracional de manifestação, que não ajuda, que se volta contra quem a pratica e nos nivela com aqueles que representam o pior em nossa sociedade. A falta de argumentos leva a palavras de ordem que pretendem calar quem pensa diferente. A normalidade democrática precisa voltar ao nosso país. Defendemos a pacificação e o diálogo, dentro da Constituição. Tenho minhas diferenças e discordâncias com a forma como o ministro tem conduzido os inquéritos sob sua coordenação. Porém, não posso concordar com a agressão contra ele e, principalmente, contra seu filho, que o acompanhava. O Brasil precisa voltar a conviver com suas diferenças, essa é a espinha dorsal da democracia”, escreveu Marinho.

O posicionamento foi parecido com o do líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner (PT), que cobrou punição para os agressores.

“Me solidarizo com o ministro Alexandre de Moraes e a sua família, vítimas de hostilidade e agressão física em Roma, na última sexta-feira. Não permitiremos que cenas como essa se tornem rotina”, disse o petista.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
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