Servidores da ANM realizam assembleia para decidir se mantêm greve na agência

Categoria reivindica melhores salários e aumento do efetivo da agência responsável por fiscalizar barragens de mineração no Brasil

Servidores protestam em frente ao prédio da ANM

Servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM) realizam nesta sexta-feira (14) uma Assembleia Geral Extraordinária para decidirem se mantêm, ampliam ou encerram a paralisação que já supera 15 dias em todo o país. Entre outras atribuições, a ANM é responsável por fiscalizar a segurança de barragens, garimpo ilegal e minas subterrâneas.

O diretor de Relações Institucionais da Associação dos Servidores da ANM, Ricardo Peçanha, afirma que os profissionais reclamam do sucateamento da agência e exigem melhorias estruturais.

“A ANM tem grandes problemas. O primeiro é a falta de efetivo. Quando a agência foi criada, o número previsto era de 2.121 servidores. Hoje contamos apenas com 640 servidores para cumprir todas as suas tarefas e responsabilidades”, diz ele. “Outro problema é o alinhamento da remuneração dos servidores da ANM com as outras 10 agências. Há uma diferença em torno de 30%”, explica Peçanha.

Esta é a segunda greve dos servidores da agência apenas em 2023. Eles garantem que 30% do efetivo está trabalhando porque, por lei, não é permitido paralisar totalmente agências que fiscalizam barragens ou minas subterrâneas que representam algum risco à vida. Já os serviços administrativos estão paralisados.

Em uma carta aberta, a Associação dos Servidores da Agência Nacional de Mineração, classifica a situação da ANM como insustentável e caótica. A entidade afirma que a agência está operando com o menor número de servidores dos últimos 50 anos e que, com o efetivo atual de 640 pessoas, seriam necessários 36 anos para fiscalizar os 125 mil empreendimentos minerários existentes no país.

A ANM é subordinada ao Ministério de Minas e Energia, chefiado pelo ministro Alexandre Silveira (PSD-MG). Questionado pela Itatiaia, o ex-senador por Minas Gerais afirmou que levou a pauta para ser discutida com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Casa Civil, Rui Costas, e da Gestão e Inovação, Esther Dweck.

“Eles estiveram no Ministério de Minas e Energia e eu abordei o assunto. Há uma convergência no governo inteiro que a ANM é uma agência imprescindível ao Brasil, muito importante em especial para Minas Gerais e para o Pará, que são dois grandes estados mineradores e que dependem dessa atividade na sua economia”, disse Silveira.

Apesar da afirmação, ele não estipulou nenhum prazo para atender as reivindicações da categoria e colocar fim à paralisação. Entre as funções da ANM estão a fiscalização de barragens como as de Mariana e de Brumadinho. As estruturas entraram em colapso em menos de cinco anos e, juntas, mataram 289 pessoas em Minas Gerais.

Correspondente da Rádio Itatiaia em São Paulo. Ingressou na emissora em 2023. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. Na Band, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na Band News FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do Band News TV. Em 2023, foi reconhecido como um dos 30 jornalistas mais premiados do Brasil.

Ouvindo...