Bolsonaro critica CPMI do 8/1 e afirma que ‘criaram figura do golpe': ‘ninguém toma poder no domingo’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não poupou críticas à atuação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal para investigar os atos antidemocráticos ocorridos no último 8 de janeiro. O político atacou opositores em entrevista nesta quarta-feira (12) e indicou que a base do Governo Lula (PT) constrói uma narrativa mentirosa em relação às pessoas que participaram das invasões às sedes dos Três Poderes e que estão presas há seis meses no Distrito Federal.

Veja:

• ‘Coisa de maluco’, ‘esculacho’ e ‘golpe fantasioso': o que disse Bolsonaro após depoimento à Polícia Federal

• Bolsonaro nega Marcos do Val, expõe mensagem e diz que buscas em sua casa foram ‘esculacho’

• Ex-presidente Jair Bolsonaro depõe por duas horas na Polícia Federal sobre suposta trama golpista

• Zema: Bolsonaro permanecerá como liderança política mesmo com decisões judiciais desfavoráveis

“Não existe terrorismo ou tomada de poder em um domingo [dia em que aconteceram as depredações em Brasília. Não se toma o poder domingo. E como tomar o poder com pessoas com bíblias debaixo dos braços? Orando? Rezando? Sem uma arma? Sem um canivete?’, questionou. “Parece que criaram [governistas] a figura do golpe e agora estão tentando construir algo para dar credibilidade ou sustentação para esse hipotético ou fantasioso golpe do 8 de janeiro”, disparou.

Mauro Cid e Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também citou o tenente-coronel Mauro Cid e discordou da atuação da Justiça que o mantém detido há 71 dias. O ex-ajudante de ordens está preso desde maio após uma operação da Polícia Federal (PF) que constatou ser ele um dos principais suspeitos de adulterar o cartão de vacinação do ex-presidente e de inserir dados fraudulentos no sistema do Ministério da Saúde. Cid também teria falsificado o próprio cartão e o da mulher, Gabriela Cid.

Nessa terça-feira (11), o militar compareceu à CPMI para prestar depoimento sobre mensagens com teor golpista trocadas com o coronel Jean Lawand Júnior. Entretanto, Cid permaneceu por cerca de oito horas em silêncio e não respondeu às perguntas dos parlamentares.

Bolsonaro invalidou a prisão de Mauro Cid. . “Não tem justificativa para essa prisão preventiva do Cid. É um ato contra o Estado Democrático de Direito. Estão fazendo agora o que acusam os outros de tentar fazer”, disparou.

Bolsonaro depõe na Polícia Federal

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento na sede da Polícia Federal em Brasília nesta quarta-feira (12) sobre a suposta trama golpista denunciada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) em entrevista à revista Veja em fevereiro. O político classificou como ‘coisa de maluco’ a alegação de que ele participaria de plano para grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Após ser ouvido, Bolsonaro criticou o volume de ações da Polícia Federal (PF) que o têm como alvo e indicou ser perseguido. A ida à sede da corporação hoje é a quarta desde o início do ano; Jair Bolsonaro depôs aos investigadores sobre os seguintes casos: fraude na carteirinha de vacinação, joias enviadas pela Arábia Saudita e apreendidas no Aeroporto de Guarulhos e os ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro; além, é claro, da trama golpista alarmada por Marcos do Val.

“Virão outros depoimentos”, declarou na saída do depoimento desta quarta-feira (12) antes de classificar como ‘esculacho’ o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na residência onde mora em Brasília em maio. “Foi um esculacho! Eu não roubei nada! Nunca conspirei contra nada! É esculachar... É gerar constrangimento perante a opinião pública... É desgastar. Se eu não tivesse nenhum capital político, não fariam isso contra mim”, disparou.