A 62º Reunião do Conselho do Mercado Comum da Cúpula do Mercosul será realizada nesta segunda (3) e terça-feira (4), em Puerto Iguazu, na Argentina. A partir de terça-feira, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do encontro, o Brasil assume a presidência pro-tempore do bloco por seis meses.
Na segunda-feira (3), a Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum será realizada de 10h às 13h e das 15h às 18h, no Hotel Meliá, dentro do Parque Nacional Iguazu, onde ficam as cataratas. Entre 15h e 17h, também será realizada reunião de ministros da economia e presidentes de Bancos Centrais. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ficará no Brasil para articulações relacionadas à votação do arcabouço fiscal e da reforma tributária. O país será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Na terça-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da Sessão Plenária de Chefes de Estado do Mercosul, quando o Brasil toma posse da presidência do bloco.
Acordo com União Europeia
O
A proposta de acordo comercial entre União Europeia e Mercosul deve ser debatida entre os presidentes. As articulações avançaram até 2019, mas um documento adicional, apresentado pela UE em 2023 desagrada o bloco sul-americano. Segundo o embaixador Mauricio Carvalho Lyrios, Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil quer avançar nas negociações, mas afirma que é imprescindível fazer ajustes. “Numa relação de países de confiança e de interesse de integração não cabe uma abordagem por meio de sanções comerciais. E como há possibilidade de recurso à sanções comerciais no documento adicional que foi apresentado pela União Europeia, esse é um outro tema que nós temos que discutir”, pontuou o embaixador.
“Na verdade, a posição do presidente e do governo brasileiro para cúpula é a reafirmação do interesse brasileiro de seguir com essa agenda do Mercosul, a necessidade de fazer ajuste, como ele já tem enfatizado, nos textos que foram recebidos e negociados entre o Mercosul e a União Europeia, mas com uma clara sinalização política de que há interesse em avançar nos acordos e chegar a um bom resultado, equilibrado, interessentee adequado a todos as partes. Essa é a mensagem que o presidente Lula deverá levar”, adiantou o diplomata.
Outros blocos
Além do acordo com União Europeia, segundo Lyrio, serão debatidos acordos prioritários do Mercosul com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), formada por Noruega, Suécia, Islandia e Lienchtenstein; e com Cingapura e Canadá. Também há debates sobre acordos comerciais com Canadá, Indonésia e Vietnã.
Venezuela
A Venezuela está suspensa do Mercosul por não cumprir regras de participação no bloco. O Brasil defende o retorno do país vizinho ao grupo, mas
“Na agenda desta cúpula eu entendo que não está prevista qualquer discussão, mas nesse contexto de retomada do diálogo que nós estamos promovendo com a Venezuela, esse assunto deverá ser debatido em algum momento. Não há nenhuma previsão, mas é um tema que está na nossa pauta. Eventualmente, nós gostaríamos de ver a Venezuela reintegrada ao Mercosul, já está na Unasul e em outros organismos e para isso nós precisamos, como sempre, defendemos dialogar com o governo Venezuelano e é isso que nos precisamos fazer”, afirmou a embaixadora Gisela Padovan, Secretária de Caribe e América Latina do Ministério de Relações Exteriores.
A Venezuela é o único país da América do Sul que não foi convidado para o encontro. Segundo o governo federal, participam, além dos integrantes do Mercosul, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Guiana e Suriname.