O governo de Minas Gerais anunciou, nesta sexta-feira (30), que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para ser autorizado a aderir ao
A data-limite para a entrada no programa é justamente esta sexta feira. A decisão por judicializar o caso foi tomada em meio
“Buscar o judiciário é a única saída responsável diante da irresponsabilidade praticada ontem contra os Mineiros, pela oposição”, lê-se em trecho de nota publicada pelo governo Zema.
O impasse em torno do PAF fez a oposição obstruir votações no plenário da Assembleia. A ausência de acordo acabou impedindo a análise, em segundo turno, do projeto para conceder reajuste de 12,84% aos profissionais da educação estadual.
De acordo com o Palácio Tiradentes, a ação no STF tem como objetivo evitar o “colapso das contas públicas”
“Em caso de não adesão (ao PAF) até a data de hoje, 30/06/23, o estado de Minas Gerais terá que desembolsar de uma só vez R$ 15 bilhões, o que inviabilizaria não só o reajuste dos servidores da Educação, mas também os estudos para recomposição geral, ameaçando até mesmo a manutenção do pagamento em dia a servidores e fornecedores”, defende a administração estadual.
Oposição refuta ‘intransigência’
A nota institucional do governo Zema engrossa críticas feitas por interlocutores do governo à oposição na Assembleia. Nessa quinta-feira (29), o vice-governador Mateus Simões, do Novo, disse à Itatiaia que a não adesão ao PAF pode gerar atrasos de salários em 45 dias.
Líder oposicionista, deputado Ulysses Gomes (PT) refuta a tese de intransigência e diz que o bloco de esquerda tentou inverter a pauta de votações da Assembleia para votar o reajuste dos professores antes de debater, em plenário, o projeto do PAF.
“Buscamos informações, diálogos e propostas a todo momento. Eles negaram. Negaram, inclusive, a inversão de pauta para a gente votar em primeiro momento o reajuste dos servidores, em especial da educação. Não houve e não há intransigência. Há disposição de buscar alternativas, o que não houve da parte deles (governo)”, rebateu.
O ingresso no PAF é requisito aos estados que querem aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), visto pela área econômica do governo como solução para renegociar dívida de R$ 160 bilhões contraída junto à União. O RRF gera críticas da oposição, que teme desinvestimentos em políticas públicas e prejuízos ao funcionalismo.
“Da parte deles é intransigência só do que eles querem que é implementar o Regime de Recuperação Fiscal do estado que, infelizmente, é penoso para toda a sociedade”, afirmou Gomes.
A Recuperação Fiscal de Minas Gerais, aliás, já é pauta
Futuro secretário abandona licença para negociar
A semana do governo mineiro foi agitada. Isso porque Igor Eto (Novo) deixou a Secretaria de Estado de Governo, pasta responsável por liderar as articulações junto ao Parlamento Mineiro. O substituto dele, Gustavo Valadares (PMN), ainda não foi nomeado,
Ainda exercendo mandato de deputado federal, Valadares, que é o líder do governo na Assembleia, estava de licença médica por causa de uma apendicite no início da semana, mas abandonou o repouso
“Minas corre o risco de, a partir de segunda-feira, pagar uma dívida, de uma vez só, de mais de R$ 16 bilhões. Além disso, tínhamos um projeto que tratava da recomposição salarial dos professores do estado e que se vê prejudicado. Não há como se tratar de um reajuste para os servidores, retroativo ao mês de janeiro, sem a possibilidade de pagamento”, protestou.