Os vereadores da CPI do Abuso de Poder foram na manhã desta quinta-feira (22) até o endereço que tem um imóvel atribuído ao ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) e lá encontraram o homem, que se identifica como dono de uma ONG.
A alegada impossibilidade de localização do terreno na base cadastral da Prefeitura, citada como justificativa para a suspensão da dívida, e a posterior identificação da área pela Empresa de Informática e Informação do Município (Prodabel), mediante a superposição de mapas, motivou o presidente e a relatora da CPI, Wesley Moreira (PP) e Fernanda Pereira Altoé (Novo), e os membros titulares Ciro Pereira (PTB), Cleiton Xavier (PMN) e Loíde Gonçalves (Pode) a conferir pessoalmente a localização indicada, à Rua Pedrinhas, 353, próximo à Avenida Pedro I, na Regional Venda Nova.
O morador pediu para não ter o nome divulgado e não quis gravar entrevistas. Ele, no entanto, recebeu a imprensa e os vereadores da comissão e explicou que está no terreno desde a década de 90. Ele relatou que a família dele mora lá, e nunca soube que o terreno era da família de Kalil, pois foi a prefeitura e ao cartório, e certificou que não havia dono.
O morador explicou que na década de 90, alguém tentou cercar o terreno construindo com um muro quando ninguém da família dele estava no local, mas ele nunca soube quem foi.
Ainda segundo ele, há 7 anos um advogado que se identificou como representante de Kalil o procurou no local do imóvel para conversar sobre a posse do terreno.
Diante destas afinações, Wesley Moreira (PP) e Fernanda Altoé (Novo) disseram a situação confirma mais uma vez o que já ficou esclarecido sobre a existência e o endereço do imóvel.
O morador do local ainda disse que arca com o IPTU do local, e não tem tem nenhuma relação dele nem sua família com Kalil e seus familiares.
A reportagem da Itatiaia tentou entrar em contato com o ex-prefeito, mas não houve retorno.
Entenda a investigação
Em 2015, foi aberto pela Procuradoria do Município processo de execução fiscal contra Alexandre Kalil, com vistas ao recebimento de débitos de IPTU de imóvel situado nas imediações da Av. Pedro I, na Pampulha.
Contudo, em 2017, segundo a relatora da CPI, Fernanda Pereira Altoé, após a posse de Kalil como prefeito, o então procurador Hércules Guerra, hoje procurador-geral do Município, solicitou que a ação fosse suspensa, tendo em vista a condução, pela municipalidade, de estudos para verificar se o lote estava em processo de desapropriação.
A suspensão perdurou por vários meses, até que, em 2022, o processo foi extinto devido à impossibilidade de se verificar a exata localização geográfica do imóvel, o que levou ao cancelamento de seu índice cadastral, inviabilizando assim a manutenção da iniciativa de cobrança da dívida.