Ouvindo...

Fuad Noman e PSD admitem ‘plano B’ para a eleição em BH; entenda o cenário

Prefeito não decidiu se será candidato, mas diz ter convites de outros partidos caso pessedistas não aceitem eventual busca por reeleição; do outro lado, dirigentes asseguram outros nomes capazes de liderar chapa

Fuad Noman ainda não sabe se será candidato em 2024

Embora diga ainda não saber se será candidato à reeleição em 2024, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, garante ter alternativas partidárias caso o PSD não aceite sua presença no próximo pleito. Paralelamente, a cúpula pessedista afirma possuir outros nomes capazes de liderar um projeto para a capital de Minas Gerais se o chefe do Executivo municipal resolver não tentar novo mandato nas urnas.

Como mostrou a Itatiaia na sexta-feira (15), Fuad pretende bater o martelo sobre a candidatura entre o fim de 2023 e o início do próximo ano. Além do cálculo político, ele deve levar em conta, também, a vontade dos familiares. Em que pese a indefinição, o prefeito assegura ter o apoio do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab — no ano passado, o dirigente foi um dos principais fiadores da participação de Alexandre Kalil na corrida ao governo mineiro.

“Primeiro, quero saber se eu quero ser candidato. Se eu não for candidato, o partido tem de encontrar um nome para ser. Se eu for candidato, espero que o partido queira que eu seja candidato - e me apoie. Se não quiser, há uns quatro ou cinco partidos que me procuraram e disseram ‘venha para cá’”, diz Fuad, sem revelar os nomes das agremiações que teriam feito as sondagens.

Presidente do PSD mineiro e comandante do diretório do partido em BH, o deputado estadual Cássio Soares aponta Fuad como “nome natural” da sigla na disputa pelas chaves do prédio da Afonso Pena 1.212.

Cássio garante, ainda, o plano B do partido para o caso de Fuad decidir não concorrer à reeleição. “O PSD tem quadros fortíssimos e pessoas capacitadas. (Mas) é indelicado a gente poder tratar de um assunto sem, antes, chegar ao momento adequado e ouvir qual será a definição pessoal do prefeito Fuad”, assinala.

Conversas em estágio inicial

Embora as partes preguem cautela, as primeiras conversas a respeito da eleição já começaram a acontecer. Secretário de Assuntos Institucionais da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e um dos articuladores políticos ligados a Fuad, Claudiney Dulim, do Avante, afirmou no início do mês, que o grupo do chefe do Executivo está disposto a receber forças políticas da centro-direita à centro-esquerda.

O prefeito, por sua vez, admite que o assunto é pauta, mas trata a questão de forma incipiente.

“Tenho conversado com muitos partidos e visto muitos partidos demonstrando interesse em caminhar com a gente na próxima eleição, mas não temos nada negociado ou fechado, porque a primeira coisa que preciso resolver é se vou ser candidato ou não”, pontua.

Nas instâncias internas do PSD, apesar das incertezas sobre o nome para encabeçar uma eventual chapa, o discurso gira em torno da construção de alianças.

“Vamos propor alinhamento com partidos e fazer uma grande coalizão por Belo Horizonte”, projeta Cássio Soares.

O dirigente diz que a federação partidária formada por PT, PCdoB e PV seria bem-vinda ao grupo. “Outros (partidos) também virão. Tenho feito conversas constantes com os demais partidos. Vamos conseguir chegar a um bom termo”, completa.

Os petistas, como mostrou a reportagem no início do mês, cogitam ter candidatura própria à PBH, mas não descartam uma união a Fuad.

Reunião tensa

Quem também adota prudência ao tratar do tema é Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia e dono de influência junto às cúpulas nacional, estadual e municipal do PSD.

“Estamos longe da eleição municipal ainda, mas ela se avizinha, é natural que o PSD discuta suas alianças, mas ainda precisa discutir internamente quem será o seu candidato. Hoje temos o prefeito da capital, não sabemos ainda se ele será candidato ou se será um candidato de consenso dentro do PSD. Espero que a gente encontre um caminho para apresentar, não um nome, mas um bom projeto para a capital dos mineiros”, esquivou-se, na semana passada.

A relação entre Fuad e PSD sofreu recente estremecimento. Isso porque filiados ao partido cobraram, do prefeito, mais espaço para a legenda no primeiro escalão do Executivo belo-horizontino. A queixa foi feita pouco tempo após um acordo que deu certo protagonismo ao grupo político do ex-deputado federal Marcelo Aro (PP).

Secretário de Estado da Casa Civil do governador mineiro Romeu Zema (Novo), Aro detém influência sobre alguns vereadores da capital. Em abril, Fuad nomeou aliados do ex-deputado nas secretarias municipais de Educação, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente. O movimento levou, à base governista na Câmara, os parlamentares ligados a Aro.

A insatisfação de parte do PSD rendeu frutos. Isso porque, dias depois, o ex-deputado estadual pessedista ganhou cargo estratégico na Secretaria de Meio Ambiente. Fuad, à época, minimizou o atrito e, inclusive, apareceu em inserções da agremiação na televisão.

Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.
Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.