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Fuad dá prazo para definir se será candidato à reeleição em BH

Prefeito quer definir futuro político entre o fim deste ano e o início de 2024; conjuntura e temas pessoais vão nortear escolha

Fuad ainda não sabe se vai disputar o pleito municipal de 2024

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), tem passado os últimos meses se esquivando de perguntas sobre concorrer, ou não, a um novo mandato em 2024. “Quem pensa em reeleição não governa”, diz, em uma resposta que parece estar na ponta da língua. Apesar da cautela, Fuad já estipulou prazo para definir seus rumos. Entre o fim deste ano e o início de 2024, ele quer bater o martelo sobre a possível participação na corrida rumo ao prédio da Avenida Afonso Pena 1.212.

“Não é momento de eu ficar discutindo e pensando nessa questão. Agora: vamos chegar ao final do ano e ao início do ano que vem. Aí, tem que tomar a decisão se vou caminhar (para a reeleição) ou não. É uma decisão que quero tomar avaliando o cenário político do momento”, diz, à Itatiaia.

Embora comemore levantamento do Instituto Paraná Pesquisas que, em março, apontou avaliações positivas à atual gestão por parte de 57% dos belo-horizontinos, Fuad admite que, para eventuais pretensões políticas, precisa ser mais conhecido pela população. A prioridade, neste momento, é concluir obras e projetos cidade afora.

“Estou muito mais preocupado que (os belo-horizontinos) conheçam as obras da prefeitura do que conheçam o prefeito. A medida que as obras começarem a sair e as pessoas começarem a conhecer, no final de ano, a gente abre: ‘olha, o caminho está bom, a pesquisa está boa e há chances (de vencer)’”, aponta.

Engana-se, porém, quem pensa que a conjuntura política é o único ponto de decisão. O cálculo de Fuad vai levar em conta outros fatores.

“Aí (entre o fim de 2023 e o início de 2024), vou começar a olhar para mim. Eu quero? Meus netos vão deixar? Vou dizer ‘está muito bom, mas vou deixar para outro?’ Ou vou dizer ‘vou concluir o trabalho que estou fazendo, pois há muita coisa pela frente?’”, emenda.

PSD quer ‘nome de consenso’

Integrante da direção nacional do PSD, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem pregado cautela a respeito do futuro da agremiação em BH. Segundo ele, ainda é preciso “discutir internamente” quem será o candidato na capital.

“Hoje temos o prefeito da capital, não sabemos ainda se ele será candidato ou se será um candidato de consenso dentro do PSD. Espero que a gente encontre um caminho para apresentar, não um nome, mas um bom projeto para a capital dos mineiros”, assinalou, no início da semana, após participar da entrega de viaturas às forças policiais do estado.

Aliados articulam apoios

Em que pese a prudência de Fuad e o compasso de espera adotado por lideranças do PSD, aliados que o prefeito têm em outros partidos já defendem a construção de alianças em prol de sua reeleição. O discurso encontra eco no Avante, cujos dirigentes falam abertamente em apoiá-lo no próximo ano.

“Temos todo o interesse de que Fuad siga sendo candidato. Ele representa a boa política mineira. Fazia falta isso na capital, de trazer um pouco de ponderação. Ele é um pacificador e gosta do diálogo. Belo Horizonte precisava muito disso”, falou, no início do mês, o presidente estadual da legenda, Alex de Freitas.

O Avante tem, no primeiro escalão da Prefeitura de BH, seu presidente municipal, Claudiney Dulim. Secretário de Assuntos Institucionais do Executivo, ele deseja erguer uma “grande aliança de partidos” em torno de Fuad. A ideia de Dulim é receber, no arco de uniões, siglas com inclinações à centro-direita e à centro-esquerda.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.