Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR),
Em 17 de maio, um dia após a decisão da corte eleitoral, Deltan disse que sua cassação
Hauly, porém, integrou o governo Richa no Paraná entre 2011 e 2013. Veterano na política, ele se define como “social-democrata, liberal e cristão”, mas refuta rótulos ideológicos.
“Aprendi na minha vida que o que há de melhor no socialismo e na economia de mercado você captura. Não gosto de nenhum dos modelos sozinho. Sou a favor do Estado forte, atuante, moderno, tanto que estou lutando por ter um sistema tributário que permita a livre concorrência”, falou, ao jornal O Estado de S. Paulo, garantindo não seguir estritamente as agendas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Quando integrou a equipe econômica do governo paranaense, Hauly compunha os quadros tucanos. Formado em Economia e Educação Física, passou também por MDB e PP., Ele cumpriu sete mandatos consecutivos como deputado federal — entre 1991 e janeiro de 2019.
A relação entre Deltan e Hauly vem desde a campanha eleitoral do ano passado, quando se conheceram.
“Tínhamos combinado que ele cuidava da parte jurídica; eu, da parte econômica. Como tenho que ter respeito ao eleitorado do Podemos, claro que vou honrar a pauta dele, que é minha pauta a vida inteira: nossa obrigação com Deus, com a vida e com a família. Sou a favor da vida desde a concepção até a morte natural e defensor dos valores morais”, explicou o veterano.
A experiência de Hauly na Secretaria de Fazenda de Beto Richa não foi inédita. Isso porque, nos anos 1980 e 1990, ele já havia chefiado a Fazenda paranaense sob a gestão de Álvaro Dias — ex-tucano que, atualmente, também está no Podemos.
Richa: ‘Estou me defendendo’
Beto Richa e Deltan Dallagnol voltaram a se cruzar neste ano. Dessa vez, nos corredores da Câmara dos Deputados. Isso porque o tucano também foi eleito parlamentar pelo Paraná.
“Simplesmente estou me defendendo agora. Antes eu não tinha como. Ele (Deltan) era o herói do Brasil. Tinha a força da Lava Jato por trás. Só quero que a sociedade conheça este cidadão. Quando ele era herói da Lava Jato, era fácil. Ele mandava prender, mandava soltar, promovia um linchamento público”, assinalou, em março, à Folha de S. Paulo.
Hauly, PT e reforma tributária
De volta a Hauly, o futuro deputado empossado garante ser “adversário do PT”. Apesar disso, garante estar
“Estamos defendendo a mesma proposta, um Imposto de Valor Agregado (IVA) nacional para ISS, ICMS, PIS/Cofins, único e dual, que respeite o pacto federativo e não mexa na carga tributária global para a sociedade”, defendeu.
Hauly afirmou ter tentado “ajudar” o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a aprovar a reforma. Ele, porém, contou que Bolsonaro e o então ministro da Economia, não quiseram a aprovação das mudanças tributárias presentes em um projeto de lei que apresentou.
“Se ele (Guedes) quisesse, bastava estalar o dedo e estava aprovada. Ele era poderoso. Mas tem as razões dele, que aí tem que perguntar para ele”, encerrou.