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Piso da Enfermagem: entidade pede que Barroso reverta decisão que liberou pagamento

Federação que representa entidades filantrópicas alega falta de isonomia na legislação que permitiu pagamento do Piso

Pagamento do Piso da Enfermagem ainda será decidido, definitivamente, pelo STF

A Federação Nacional das Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconsidere a decisão que liberou o pagamento do Piso Nacional da Enfermagem em todo o país. Em petição protocolada na Suprema Corte na última terça-feira (6), a entidade reclama de falta de isonomia no tratamento entre as instituições filantrópicas e as demais entidades do Sistema Única de Saúde (SUS).

“A falta de isonomia existente entre as instituições beneficentes que atuam na rede

complementar das políticas públicas compromete sobremaneira a sustentabilidade financeira das instituições de assistência social e, por consequência, a própria manutenção da rede de atendimento”, diz trecho da petição.

A Federação critica, ainda, que a decisão de Barroso - que permitiu negociação coletiva entre as entidades filantrópicas e os trabalhadores da enfermagem - não atenua o problema financeiro pelo qual passam as instituições.

“Estas instituições, que já tinham o seu fluxo econômico-financeiro extremamente apertado, precisam contar com o interesse da classe laboral, representada por seus sindicatos, federações ou confederações, para que a negociação dos pisos ocorra. E a realidade só leva a um único parâmetro: de insustentabilidade”, diz o documento.

Outro pedido de reconsideração

A Federação Nacional das Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas não foi a única a reclamar, no Supremo, da decisão de Barroso. Em maio, a Confederação Nacional da Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde) - que entrou com ação e conseguiu barrar o pagamento do Piso da Enfermagem em 2022 - também entrou com pedido de reconsideração da decisão do ministro.

A CNSaúde alega riscos de demissão no setor e o impacto do aumento para os cofres públicos de estados e municípios para tentar revogar, novamente, a medida, mesmo após a sanção da Lei Federal que libera R$ 7,3 bilhões para o pagamento.

“Não se trata de impedir que a solução seja alcançada, de modo concomitante, pela álea própria da interação capital e trabalho, mas de dar a oportunidade ao autor da iniciativa, o Congresso Nacional, de concluir (adequada e completamente) a sua ação legislativa”, diz trecho da petição endereçada a Barroso.

Piso da Enfermagem: julgamento suspenso

O plenário do Supremo Tribunal Federal é quem vai decidir, finalmente, sobre o pagamento do Piso Nacional da Enfermagem. Em julgamento no fim de maio, os ministros Barroso e Edson Fachin votaram pela liberação do reajuste salarial. Já o ministro Gilmar Mendes pediu vista do julgamento, o que adiou a decisão final.

Ainda não há data para que a ação termine de ser julgada. Enquanto não há uma decisão definitiva sobre o assunto, o pagamento do Piso Salarial está liberado.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.