Uma fala do deputado estadual Coronel Sandro (PL) sobre a
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem é colega de partido, Sandro disse estar sentindo falta de declarações feitas por “mulheres feministas” a respeito do assunto, uma vez que a repórter Delis Ortiz, da TV Globo,
“Estou sentindo falta das mulheres feministas. Cadê o ‘mexeu comigo, mexeu com todas’? Ninguém vai falar? Ou a porrada só vale quando vocês acreditam que foi injusta? Porrada é porrada. Agressão é agressão”, disse Sandro.
O caso envolvendo Delis Ortiz aconteceu na saída de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, do prédio do Itamaraty. Ele esteve no Brasil para compromissos que envolveram, inclusive,
Lohanna França, do PV, rebateu o colega. “Não vi nenhum deputado homem desta Casa propor nota de repúdio quando Bolsonaro falou que uma jornalista ‘deu o furo’ em tom sexual, para poder acusá-la de fazer seu trabalho. Não vi nenhum homem desta Casa falar de Bolsonaro quando ele fez piada com estupro”, respondeu.
Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher que funciona na Assembleia, Ana Paula Siqueira (Rede) disse que iria propor uma nota de repúdio à agressão da repórter da Globo. A deputada prometeu, ainda, um comunicado em protesto ao que chamou de “instrumentalização” da violência contra as mulheres.
“Na nota que proponho, além de repudiar a instrumentalização e a seletividade do que é violência contra nós, mulheres, também quero deixar expresso que violências são muitas, inclusive violência psicológica, violência moral e violência política de gênero — infelizmente, tão recorrente aqui nesta Casa”, protestou.
Mais cedo, Arlen Santiago, do Avante, havia pedido à Mesa Diretora da Assembleia a confecção de uma nota em repúdio à situação no Itamaraty. Ele quer o envio do documento ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ao presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Petista questiona ‘seletividade’
Ao abordar a confusão no evento de Maduro, Coronel Sandro afirmou que o presidente venezuelano “tinha de estar preso”
“Mas, como dizem, vindo da esquerda, do Maduro, ditador amado pelo presidente, é uma porrada de amor”, acusou.
Beatriz Cerqueira (PT) também não gostou do tom adotado pelo bolsonarista e disse que há “seletividade” nos pedidos de desculpas a mulheres. “Aguardo o pedido de desculpas do colega parlamentar que gritou comigo durante uma atividade de comissão”, lembrou.