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Moraes determina suspensão do Telegram se aplicativo não apagar aviso sobre PL das Fake News

Ministro do STF decidiu ainda que plataforma deve enviar nova mensagem aos usuários afirmando que espalhou desinformação

Alexandre de Moraes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a suspensão do Telegram por 72 horas no Brasil caso o aplicativo não apague as mensagens enviadas aos usuários na terça-feira (9) contra o projeto de lei 2.630/2020 — o PL das Fake News.

O texto divulgado pela plataforma afirma que “o Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão”. O prazo para a mensagem ser excluída é de uma hora após a empresa ser notificada da decisão.

Moraes determinou ainda que o Telegram envie uma nova mensagem aos usuários afirmando que propagou desinformação contra o Congresso Nacional, o Judiciário e a democracia brasileira. As informações são da jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil.

A íntegra da mensagem que terá ser divulgada pelo Telegram é: “Por determinação do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a empresa Telegram comunica: A mensagem anterior do Telegram caracterizou FLAGRANTE e ILÍCITA DESINFORMAÇÃO atentatória ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito e à Democracia Brasileira, pois, fraudulentamente, distorceu a discussão e os debates sobre a regulação dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada (PL 2630), na tentativa de induzir e instigar os usuários à coagir os parlamentares”.

Alexandre de Moraes determinou multa de R$ 500 mil por hora caso o Telegram não delete a mensagem de terça-feira (9) dentro do prazo de uma hora após a notificação ou deixe de enviar o novo texto.

Os representantes do aplicativo no Brasil também devem prestar depoimento à Polícia Federal em até 48 horas.

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Telegram se posiciona contra PL das Fake News

Como mostrou a Itatiaia, as mensagens enviadas pelo Telegram alcançaram quase 1 milhão de usuários em 6 horas. O texto da plataforma diz que o “Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão”.

A mensagem ainda diz que esse projeto de lei “dá poderes de censura” ao governo e é uma das legislações “mais perigosas” para os direitos humano fundamentais já consideradas no Brasil.

O texto compartilhado pela plataforma leva a um link que aponta para a íntegra de um documento explicativo sobre a posição da empresa. Entre os pontos criticados pelo Telegram a uma eventual aprovação da legislação, estão a concessão de “poder de censura” ao governo e que “transfere poderes judiciais aos aplicativos”.

“Esse projeto de lei torna as plataformas digitais responsáveis por decidir qual conteúdo é ‘ilegal’ em vez dos tribunais - e fornece definições excessivamente amplas de conteúdo ilegal”, diz trecho da publicação, que completa dizendo que as plataformas, para não serem multadas, passarão a “remover quaisquer opiniões relacionadas a tópicos controversos”, especialmente os que “não estão alinhados à visão de qualquer governo atualmente no poder”.

O Telegram ainda cita que outras plataformas, como Google e Meta estão juntos para “mostrar ao Congresso Nacional” a necessidade de o projeto ser “reescrito” e compartilha um link para que os usuários possam cobrar os deputados pela rejeição ao projeto. Google e Meta negaram qualquer relação com o Telegram.

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