O governador Romeu Zema (Novo) criticou nesta terça-feira (9) a postura do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a repactuação do Acordo de Mariana. Após participar de evento do grupo Lide, em Nova York, Zema afirmou que, além dele, o governo do Espírito Santo e o Ministério Público concordam com os termos atuais do acordo e que, portanto, falta apenas o “ok” do Palácio do Planalto.
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“Todos já têm um apoio a esse acordo, que vai ser o maior do Brasil. E, que vale lembrar, vai proporcionar a recuperação de áreas degradadas por aquele desastre e também reparação social. Quem é contra um acordo desse? Então eu fico aí por entender qual tem sido a visão do governo federal que tem postergado esse acordo que já poderia ter sido concretizado”, disse Zema durante entrevista coletiva.
“As áreas degradadas precisam ser recuperadas agora e não daqui a 20, 30 anos. Eu queria que o governo federal se explicasse a respeito”, acrescentou o governador, que afirmou que já se reuniu com o governo Lula para pedir agilidade. “Estamos aguardando. Parece que está tendo discussão demais e solução de menos”, concluiu Zema.
A repactuação do acordo de Mariana pode superar R$ 100 bilhões e tem como objetivo reparar os danos causados pelo rompimento da barragem da mina de Fundão em 2015. As negociações foram interrompidas no final do governo Bolsonaro e retomadas pelo governo Lula no mês passado.
No final de abril, o ministro de Minas e Energia,
Relação estremecida
Ao ser questionado sobre como está a relação com o governo Lula de forma geral, Zema disse que “poderia melhorar muito”, citando a urgência na melhora das rodovias federais que cortam Minas Gerais.
“Eu sempre fui aberto ao diálogo, sempre estive presente com parlamentares de todos os partidos, na minha primeira e na minha segunda gestão, e tenho visto que talvez esteja havendo uma lentidão na solução dos problemas de Minas Gerais”, afirmou o governador.
Além da repactuação do acordo de Mariana e da pauta de infraestrutura, o governo Zema também depende do governo federal para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), programa em que o Palácio do Planalto renegocia as dívidas do Estado com a União em troca da adoção de uma série de medidas de contenção de gastos.