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Moro diz que disputas políticas não podem interferir no combate ao crime organizado

Senador afirmou, em entrevista à Globo News, que foi informado de plano do PCC contra sua vida no final de janeiro

O senador Sergio Moro (União Brasil) afirmou nesta quarta-feira (22), após uma operação deflagrada pela Polícia Federal contra uma facção criminosa que planejava um atentado contra sua vida, que a polarização política não pode interferir no combate ao crime organizado.

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Em entrevista à Globo News, Moro criticou declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre vontade de retaliar Moro por causa de prisão na operação Lava Jato, mas disse que o governo precisa pensar em esforços para combater o PCC no futuro.

“O foco tem que ser os esforços do governo atual, sem politização e sem polarização. Ontem, por exemplo, o presidente Lula deu uma declaração infeliz, que temos que repudiar, que usou palavrões em relação a minha pessoa, quando o presidente usa esse tipo de linguagem, faz esse tipo de ofensa, ele incita a violência. Eu fiz meu trabalho como juiz da Lava Jato, mas nunca me portei de forma ofensiva ou usando palavrões contra o atual presidente da República. Temos que olhar para frente e temos que cuidar de enfrentar o crime organizado”, disse Moro.

O senador e ex-juiz da Lava Jato afirmou que foi informado no final de janeiro sobre um plano do PCC contra ele e contra sua família. Segundo ele, assim que foi avisado, recebeu apoio da Polícia Legislativa.

“Eu fui informado no final de janeiro que haveria um plano do PCC para sequestro e assassinato da minha pessoa e da minha família, assim como de outras autoridades públicas. Essa informação foi capturada por alguma investigação. A primeira preocupação foi que tivéssemos nossa segurança garantida”, afirmou Moro.

O parlamentar contou sobre a decisão de transferir lideranças do PCC para presídios federais quando assumiu o ministério da Justiça, em 2019.

“O governo anterior foi responsável pela transferência de lideranças do PCC, maior organização criminosa do país, para presídios federais. Algo que deveria ter sido feito em 2006 e não foi feito. No decorrer do debate sobre isso, houve discussões, mas o grande fato é que foi feito e ainda no início do governo, em fevereiro de 2019, infelizmente, assumir esses riscos gera situações de retaliações”, afirmou.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
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