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Entenda por que facção criminosa planejou morte do senador Sergio Moro

Medidas tomadas por Sergio Moro quando era ministro da Justiça determinou regras mais duras para visitas em presídios

Moro determinou em fevereiro de 2019 regras mais rígidas para visitas em penitenciárias federais

O senador e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (União Brasil), seria um dos alvos de uma facção criminosa que planejava desde o ano passado um atentado contra a vida de autoridades.

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O motivo da retaliação de membros da facção criminosa contra Moro, segundo os investigadores da Polícia Federal, foi uma portaria assinada pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, no dia 13 de fevereiro de 2019, que tornou mais rígidas as regras para visitas sociais aos presos em penitenciárias federais.

Moro assumiu o ministério do governo Jair Bolsonaro (PL) em janeiro de 2019 e prometeu endurecer as regras contra organizações criminosas.

De acordo com a norma editada por Moro naquele ano, as visitas em prisões federais passariam a acontecer somente em pátio de visitação, em parlatório (com a separação por vidro) e por videoconferência.

Portaria de 2019

O texto determinava ainda que, em casos se presídios de segurança máxima, as visitas só seriam permitidas por meio de videoconferência ou em parlatório, “sendo destinadas exclusivamente à manutenção dos laços familiares e sociais, sob a necessária supervisão”.

A norma estabeleceu ainda que o preso que, no período de 360 dias ininterruptos apresentar ótimo comportamento carcerário, “fará jus, uma vez ao mês, à visita social em pátio de visitação, sob autorização do diretor do estabelecimento penal federal, devidamente fundamentada no relatório da autoridade disciplinar”.

No mesmo dia em que editou a portaria sobre as regra de visitas em presídios federais, Moro determinou a transferência de Marco Camacho, o Marcola, apontado como chefe do PCC, para um presídio federal.

Também foram transferidos para presídios federais outros 21 membros da facção, entre eles o irmão de Marcola.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.