A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) vai analisar um pedido de cassação do vereador Léo Burguês (União Brasil), indiciado pela Polícia Civil pela prática da ‘rachadinha’, esquema em que servidores devolvem parte do salário para o parlamentar.
A Procuradoria da Casa aceitou a denúncia e o pedido de cassação entrará na pauta na terça-feira (7) e deve ser votado como primeiro item da sessão de quarta-feira (8).
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Em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (6), o presidente da Câmara de BH, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), anunciou a aceitação do pedido de cassação e disse que é ‘preciso exorcizar a corrupção na Câmara’.
“É hora de exorcizar a corrupção na Câmara. Tá na hora de terminar essa rotina. Quero apresentar a decisão da procuradoria da câmara, e baseado nesta decisão e no regimento, eu aceito o pedido de cassação contra o vereador Léo Burguês”, afirmou Gabriel.
“Quem praticar rachadinha nesta Câmara Municipal está fora. Chega. O povo de BH não aguenta mais o grotesco dessa situação”, afirmou Gabriel.
Gabriel explicou os próximos passos da tramitação do pedido de cassação e informou que Léo Burguês solicitou 15 dias para explicar as denúncias.
“Este pedido de cassação, uma vez aceito, baseado na procuradoria, passa a contar com o seguinte rito: em 24 horas ingressa na pauta. Pedido ingressa na pauta de amanhã e será apreciado na quarta, será o primeiro item. Somos 41 vereadores, o presidente não vota. Havendo 21 votos favoráveis, abre-se o processo de cassação. Imediatamente há um sorteio para escolher os 3 membros da comissão processante. Esse colegiado elege presidente e relator. A comissão terá 90 dias para um parecer e esse parecer vai a voto em plenário. No plenário são necessários 28 votos”, continuou o presidente da Casa.
O vereador informou que um outro processo poderá levar à cassação de Burguês, que está sob análise da Corregedoria da Câmara. O segundo processo trata de uma denúncia de que Burguês esteve em uma casa de poker, no Rio de Janeiro, durante uma sessão da Câmara.
“Além do pedido do Mariel Marra, o corregedor da Casa, Crispim, ele próprio agiu e notificou Léo Burguês para que ele se explicasse. São dois procedimentos distintos. A corregedoria não é enfeite. O vereador Léo Burguês solicitou 15 dias para o corregedor para que ele se explicasse. O corregedor aceitou e deu mais 15 dias para ele se explicar, e também para abordar sobre o fato de que o vereador estava em um campeonato de poker mesmo com sessão aberta na Câmara. Isso pode gerar um novo processo de cassação a pedido da corregedoria”.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com vereador Léo Burguês, mas ele ainda não se manifestou.
Entenda a denúncia
A Polícia Civil pediu o indiciamento do vereador de Belo Horizonte Léo Burguês (União Brasil) após concluir inquérito sobre supostos crimes de “rachadinha” no gabinete do parlamentar na Câmara de BH.
A investigação apontou que servidores de Burguês devolveram parte dos salários na Câmara para o vereador e cita ainda a existência de ‘funcionários fantasmas’, que recebiam salários mas não atuavam no Legislativo.
Léo Burguês foi líder do governo do ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) na Câmara até o início do ano passado. O inquérito foi concluído no dia 19 de janeiro e encaminhado para a Justiça.
Por meio de nota, o vereador afirmou que a conclusão da Polícia Civil é “lamentável” e negou qualquer irregularidade em seu gabinete.