O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), descartou que a primeira reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus 37 ministros nomeados tivesse sido marcada por um “puxão de orelha” do chefe do Executivo aos seus subordinados.
Durante a reunião,
Ao negar que Lula “enquadrou” os ministros, o ministro Rui Costa fez uma metáfora com a convocação de um técnico de futebol.
“Como um excelente técnico que convoca seus atletas para montar sua seleção, ele, de início, não vai para o campo imediatamente. Ele leva o time para o auditório, vai conversar com a equipe, dizer do estilo dele, quantas vezes quer fazer o treinamento, a tática que gosta de utilizar”, afirmou o chefe da Casa Civil.
“O presidente quer um ritmo acelerado de entregas. O povo está sofrendo, a fome não pode esperar, tem gente sem casa para morar. Temos problemas graves na saúde e colocar seus convocados juntos para definir prioridades. Ele não foi, em hipótese nenhuma, fazer reparo [a ministros]. Estamos ainda no quinto dia útil de governo, portanto, ainda estamos até o fim do mês no fluxo de nomeações, ainda do primeiro escalão das equipes dos ministérios. É normal que a primeira semana estejamos arrumando a casa”, completou Rui Costa.
Durante a semana, algumas declarações truncadas entre ministros de diferentes pastas provocou bate-cabeça no governo e, nos bastidores, o presidente teria avisado que os integrantes do governo só poderiam fazer anúncios se o teor fosse alinhado, previamente, com o Planalto.
O caso mais flagrante foi o do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que disse que a reforma da Previdência seria reavaliada pelo governo, mas foi desautorizado pelo próprio Rui Costa, um dos mais próximos a Lula.
“Não há nenhuma proposta sendo analisada ou pensada”, disse Costa, em oposição às declarações de Lupi.