O vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição do governo eleito, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou, em uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (8), os nomes que irão integrar a equipe de transição de governo nas áreas da economia e assistência social. Outros nomes, de outras áreas técnicas, deverão ser divulgados nos próximos dias. Ao todo, serão 31 áreas, de acordo com Alckmin.
Na área da Economia, participarão nomes ligados aos últimos governos do PSDB e do PT na Presidência da República: André Lara Resende, Pérsio Arida, Guilherme Mello e Nelson Barbosa. Os dois primeiros integraram a equipe econômica do governo de Itamar Franco, responsável pela criação do Plano Real, na década de 1990. Pérsio Arida foi, ainda, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante o governo de Itamar Franco e presidente do Banco Central quando o presidente era Fernando Henrique Cardoso.
O economista Guilherme Mello faz parte da equipe econômica ligada ao ex-presidente Lula, assim como Nelson Barbosa, que foi o ministro da Fazenda durante parte do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Na área da Assistência Social, foram escolhidos a senadora e ex-candidata à Presidência da República, Simone Tebet (MDB), o deputado estadual por Minas Gerais, André Quintão (PT) - que foi vice de Alexandre Kalil na disputa pelo Governo de Minas -, e duas ex-ministras de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello e Márcia Lopes.
Economia
Durante entrevista coletiva concedida no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde funcionará a equipe de transição, Geraldo Alckmin afirmou que os nomes indicados deverão trabalhar na coleta de informações e na elaboração de propostas. Questionado, ele negou que os nomes da área econômica tenham “visões opostas”.
“Não são visões opostas, mas complementares. É importante ter visões que se somam. Essa é uma fase transitória para discutir, elaborar propostas e definir questões. O que é mais urgente é a questão social, garantir o Bolsa Família de R$ 600, não interromper o pagamento e implementar os R$ 150 para famílias que tenham criança com menos de seis anos”, afirmou.
Alckmin também confirmou que o ex-ministro da Fazenda durante o segundo mandato de Lula e o primeiro de Dilma, Guido Mantega, também participará da equipe de transição, mas deu a entender que ele integraria outra área técnica.
“Guido Mantega deve participar, teremos outros grupos técnicos e é muito importante sua participação e experiência”, disse, brevemente após ser questionado por uma jornalista.
Equipe de transição
Ainda nesta terça-feira (8), Alckmin assinou três portarias. Além da criação da equipe de transição, ele nomeou outros três coordenadores para o gabinete de transição. Aloizio Mercadante (PT) será responsável pelo grupo técnico do gabinete de transição, Floriano Pesaro, será o coordenador executivo do gabinete de transição e a presidente do PT, Gleisi Hoffman, será coordenadora da articulação política.
A terceira portaria diz respeito a uma solicitação feita ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que sejam enviadas cópias de tomadas de contas, auditorias, inspeções, monitoramentos e outros documentos que ajudarão a nortear os trabalhos da equipe de transição.