TCU determina que Caixa suspenda empréstimo para beneficiários do Auxílio-Brasil

Ministro deu prazo de 24 horas para que estatal informe detalhes sobre a política de empréstimo consignado

Decisão do ministro do TCU Aroldo Cedraz ainda será avaliada pelos demais ministros

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a Caixa Econômica Federal suspenda a concessão do empréstimo consignado a beneficiários do Auxílio-Brasil.

A decisão é assinada pelo ministro Aroldo Cedraz, que pediu ao banco estatal que preste esclarecimentos, em até 24 horas, sobre uma representação do Ministério Público que pede que o banco apresente documentos, notas técnicas e informações sobre as taxas de juros, critérios para concessão e estimativa de inadimplência esperada pela Caixa.

A decisão de Cedraz deverá ser avaliada pelos outros ministros do TCU após a resposta da estatal.

De acordo com o subprocurador do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, bancos liberaram R$ 1,8 bilhão em três dias após a aprovação do empréstimo consignado.

A modalidade é uma medidas previstas em pacote de bondades do governo federal em meio às eleições e permite que beneficiários do Auxílio-Brasil de R$ 600 pudesse contrair até R$ 3 mil em empréstimos e as parcelas são descontadas diretamente do benefício.

Vale lembrar que o Auxílio-Brasil turbinado, no valor de R$ 600 vale até dezembro deste ano e ainda não há confirmação oficial se o valor será mantido no ano que vem - apesar das promessas das campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de manter o valor do benefício.

Na proposta de orçamento enviada pelo governo ao Congresso Nacional prevê pagamento de R$ 405 mensais no ano que vem.

Bolsonaro defende consignado

Em entrevista à RecordTV na noite deste domingo (23), o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu em defesa da concessão de empréstimos consignados para beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do Auxílio-Brasil. A medida tem sido criticada por opositores por incentivar o endividamento das famílias brasileiras e pelo uso da máquina pública por parte do presidente às vésperas das eleições.

De acordo com Bolsonaro, o empréstimo consignado para essas famílias que dependem dos benefícios sociais do governo federal vai tirar as pessoas “das mãos dos agiotas”.

“Acertamos o consignado do Auxílio-Brasil e do BPC como forma de tirá-los das mãos de agiotas”, afirmou o presidente.

Ainda de acordo com ele, o beneficiário poderá pagar juros menores em bancos estatais, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.

“Ele pode fazer o acerto, a Caixa compra a dívida e ele vai pagar uma dívida menor. Estamos tirando da inadimplência milhões de pessoas que estão recorrendo ao consignado”, defendeu.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.

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