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Zema afirma que não vai interferir em eleição para presidência da ALMG

Governador disse estar otimista com nova composição da Assembleia e espera que Regime de Recuperação seja votado

Governador Romeu Zema se encontrou com lideranças da Faemg nesta terça-feira

O governador Romeu Zema (Novo) afirmou que não vai interferir na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para os próximos dois anos e não citou nome de possíveis candidatos apoiados pelo governo.

Em agenda na Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), na manhã desta terça-feira (11), Zema disse acreditar que a relação com o Poder Legislativo será melhor em seu segundo mandato e que projeto do governo, como a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) podem ser colocados em discussão.

“Nós teremos um ciclo muito diferente do primeiro governo. A segunda gestão terá um apoio muito maior. Há quatro anos, fui eleito sem nenhuma aliança com outros partidos, uma situação diferente de agora, que elegemos dezenas de deputados que estarão trabalhando ao nosso lado. Lamento que no primeiro governo muita gente parece que não queria que Minas avançasse, queriam a velha e má política somente. Um governo que não avançasse os faria ter chance de ser bem sucedidos na eleição, o que não aconteceu”, disse Zema.

Questionado sobre quais seriam os nomes da preferência do governo de Minas para assumir o comando da Assembleia nos próximos dois anos, Zema se esquivou: "É assunto interno da Assembleia, o governo não interfere”, disse.

Nos últimos anos, a ALMG se tornou um obstáculo para Zema e vários projetos apresentados pelo governador não foram votados na Casa. O presidente da Assembleia, deputado Agostinho Patrus (PSD), se tornou um desafeto declarado de Zema e os dois passaram a trocar ataques e provocações públicas.

Apesar do Partido Novo ter perdido espaço na Assembleia (eram 3 deputados estaduais e na próxima legislatura serão 2 deputados estaduais da sigla), as legendas aliadas ao governador Zema na eleição conseguiram eleger mais de 20 deputados. Com um possível apoio do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, a bancada governista na Assembleia pode passar de 30 deputados.

Com uma bancada de apoio maior do que na atual gestão, Zema espera que a partir do ano que vem a Assembleia discuta propostas do governo estadual, como a adesão ao RRF.

“O Regime de Recuperação é matematicamente a alternativa que temos para Minas. Já falaram muito, mas ninguém apresentou outra opção viável. Comparo o Regime a um de nós que tem a opção de pagar uma dívdia de R$ 10 mil em 10 prestações de R$ 1 mil ou em 50 prestações de R$ 200. Qual vai nos dar maiores condições de folga no orçamento? Qual vai nos permitir reformar nossa casa? A lógica é muito clara. Aqueles que se opõem ao RRF, regime que não tira direito de ninguém, são pessoas que queriam tirar vantagem em ano eleitoral. Então, acho que o bom senso vai prevalecer e a ALMG vai analisar o regime”, disse Zema.

Questionado sobre a indicação do presidente da Assembleia, deputado Agostinho Patrus (PSD), para a vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE), Zema afirmou que o governo não recebeu o comunicado da aprovação feita pelo Legislativo. Na semana passada, Agostinho foi eleito para ocupar a cadeira no tribunal.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.