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Grupos da sociedade civil cobram fim da violência contra a mulher em JF

“Ato contra Violência de Gênero e Doméstica” ressaltou que esta situação não pode ser normalizada.

“Ato contra violência de gênero e domestica” foi realizado nesta sexta (9) de Juiz de Fora

Ameaça, dano, vias de fato, agressão, lesão corporal, perseguição, descumprimento medida protetiva, desobediência ordem judicial, violência psicológica, maus tratos, injúria, calúnia, estupro, difamação, estelionato foram alguns dos crimes registrados contra mulheres em Juiz de Fora no primeiro trimestre de 2025.

No total, 1.010 ocorrências, conforme dados disponibilizados pelo Governo de Minas Gerais. O número está caindo, em relação aos anos anteriores. Entre janeiro e março de 2023, foram 1.279 casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, sendo que o ano fechou com 4.793 registros. No mesmo período em 2024, foram 1.209, chegando a 4.255 ao final de dezembro.

Esta é a estatística com base nos registros formais às autoridades de segurança. Por trás de cada número, há uma vítima e uma família que ficam traumatizadas. Desde a mulher que agredida por ex-companheiros em casa ou a mãe que foi atacada pelo ex na porta da escola dos filhos.

Há um mês, ocorreram dois casos que virão nas próximas estatísticas: a mulher que sofreu estupro coletivo dentro de casa e um dos suspeitos ainda está foragido e a mulher torturada pelo companheiro. E maio começou com uma vítima denunciando à polícia que teve imagens íntimas divulgadas na internet pelo ex-companheiro.

“Não pode ser normatizado. Nossa cidade sempre foi reconhecida como uma cidade pacífica. Mas nos últimos tempos tem crescido a violência contra mulheres, crianças e adolescentes, meninas e meninos, sendo violentamente usados no âmbito sexual. É muito importantes que avenhamos unir força para combater a violência na nossa cidade”, destacou a titular da Secretaria Especial das Mulheres de Juiz de Fora, Lourdes Militão.

“A ocupação das ruas dando voz e visibilidade às pautas de todas as mulheres é essencial para reafirmação das nossas existências e os nossos direitos. O escalonamento da violência de gênero e a violência doméstica é fruto da amplificação do discurso machista que inferioriza nossas existências, legitimando a possibilidade de mulheres. E os dados sobre violência de gênero e doméstica mostram que mulheres trans e mulheres negras sofrem ainda mais violações. Seguiremos em luta em todos os espaços para defender a vida, a voz e a equidade entre homens e mulheres” , disse Kenia Borges, integrante do Fórum de Coletivos e Mulheres Feministas – 8M.

Ouça a matéria de Désia Souza sobre o “Ato contra Violência de Gênero e Doméstica”, realizado nesta sexta-feira (9) em Juiz de Fora.

Como denunciar violência doméstica

Qualquer caso de violência, a orientação é acionar a Polícia Militar via 190.

A vítima também pode procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), que fica no 2º andar do Santa Cruz Shopping, na Rua Jarbas de Lery Santos, 1.655, no Centro, ou as Delegacias Regionais nos bairros Santa Terezinha, São Mateus e Nossa Senhora de Lourdes.

Denúncias anônimas podem ser repassadas via 181 ou via chatbot “Chame a Frida” pelo whatsapp (31) 99141-6954.

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Désia Souza é jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde também cursou pós graduação em “Mídia e Cidadania” e mestrado em “Comunicação e Poder”. É coordenadora de jornalismo na Itatiaia Juiz de fora, onde também atua como âncora e repórter.
Natural de Juiz de Fora, jornalista com graduação e mestrado pela Faculdade de Comunicação da UFJF. Experiência anterior em Rádio, TV e Internet. Gosta de esporte, filmes e livros. Editora Web em Juiz de Fora desde 2023.