Após a delação premiada de Élcio Queiroz, ex-policial militar que participou da execução da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, novas peças que desvendam o planejamento e o desdobramento dos assassinatos foram obtidas pelos investigadores. Porém, outras perguntas ainda precisam ser respondidas para solucionar o crime ocorrido há cinco anos.
No dia 14 de março de 2018, Marielle foi morta a tiros no bairro do Estácio, na região central da capital carioca. A vereadora, que estava saindo de um evento com mulheres negras, foi morta com quatro disparos na cabeça. Anderson Gomes, motorista do carro que a transportava pela cidade, foi atingido por três projéteis nas costas e também faleceu.
Nessa segunda-feira (24), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o depoimento de Queiroz foi essencial para consolidar as investigações levantadas pela Polícia Federal (PF) e iniciar uma nova operação que realizou buscas e apreensões em residências de outros supostos envolvidos nas execuções.
Segundo Queiroz, o suposto contratante do crime foi o ex-policial militar Edmilson Oliveira da Silva, conhecido como “Macalé". Ele e o ex-bombeiro Maxwell Simões — eram responsáveis por vigiar e monitorar Marielle desde os últimos meses de 2017. Segundo a PF, o carro usado no homicídio, um Chevrolet Cobalt, de posse de Macalé, foi flagrado em locais onde a vereadora cumpria compromissos.
O superintendente da Polícia Federal, Leandro Almada, afirmou que Ronnie Lessa pesquisou os CPFs da Marielle e da filha dela, Luyara Santos, dois dias antes do crime. O fato foi negado pela defesa do ex-PM.
A arma utilizada no crime foi uma submetralhadora desviada do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tropa especial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Segundo a delação premiada de Élcio, o armamento foi extraviado do acervo da corporação durante um incêndio.
Veja o que se sabe até o momento sobre o caso:
Em 14 de março de 2018, por volta de 12h, Ronnie teria convidado Élcio Queiroz para sua casa , no condomínio Vivendas da Barra;
Lá. , Élcio teria visto Ronnie com uma bolsa. Em seguida ambos teriam embarcam no Chevrolet Cobalt prata em direção à Casa das Pretas, no bairro da Lapa, onde Marielle participava de um evento com tema “Mulheres negras movendo estruturas”;
Foi nesse momento que Ronnie Lessa teria passado para o banco de trás, onde se equipou com as armas;
Por volta das 21h, a vereadora deixa o evento em um carro dirigido pelo motorista Anderson Gomes e acompanhada de sua assessora Fernanda Chaves;
A vereadora foi alvejada com 13 tiros de uma submetralhadora HK MP5. Ela foi atingida por quatro tiros na cabeça e Anderson, por três. Os dois morreram no local e Fernanda não foi atingida;
Após cometerem o crime, ambos teriam dirigido pelo trecho da Avenida Leopoldina, pegado o acesso da Avenida Brasil. Dali foram para a Linha Amarela e desceram na última saída da Linha Amarela em direção ao Méier;
Na Barra, eles embarcam no carro de Ronnie, religaram seus celulares e seguiram para um bar.
Depois disso, Ronnie teria pedido ao irmão que chamasse um táxi
A polícia, junto com a à corporação de táxi, rastreou a corrida de ambos, do Méier até a Barra da Tijuca, local no qual eles embarcam novamente no carro de Ronnie Lessa. Lá, eles teriam ativado os celulares e seguem então para o restaurante Resenha”
*com informações de Estadão Conteúdo