O senador Chico Rodrigues (PSD-RR) foi eleito, por aclamação, presidente da Comissão Temporária sobre a Situação dos Yanomami, criada pelo Senado Federal. Nenhum senador se manifestou contrário à sua nomeação.
O colegiado vai funcionar por um prazo de 120 dias e tem como objetivo acompanhar a crise humanitária que atinge a população indígena que vive em área demarcada, na porção norte do estado de Roraima.
Em dezembro de 2021, Rodrigues defendeu a criação de um projeto para regulamentar o garimpo em terras indígenas e disse ter ficado com “olhos marejados” ao ver a queima e destruição de embarcações utilizadas para garimpo ilegal no rio Madeira.
“Foi com o coração de quem defende o povo sofrido e humilde de minha terra e do Norte do Brasil que assisti recentemente, com os olhos marejados e o sentimento de revolta, a recente queima e destruição de embarcações dos garimpos do Rio Madeira, como também em Roraima, no Município de Amajari, onde foram queimados aviões, veículos, equipamentos e, pasmem, fora, tudo fora das áreas indígenas, absolutamente, fora das áreas indígenas. Aquelas embarcações eram instrumentos de trabalho daquele povo humilde e trabalhador. São bocas que perderam seu alimento”, afirmou.
O discurso foi em defesa do Projeto de Decreto Legislativo (PDS/2018), de autoria do senador José Medeiros (Podemos-MT), que prevê a proibição da destruição de equipamentos utilizados para atividades do garimpo ilegal. A prática é autorizada pela Lei de Crimes Ambientais.
O texto foi arquivado com o fim da última legislatura, em janeiro deste ano.
Dinheiro na cueca
Chico Rodrigues é o mesmo senador que foi flagrado com R$ 33 mil escondidos na cueca, em 2020. Alvo de uma operação, o parlamentar era suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos destinados ao combate à covid-19.
Na época, a defesa de Rodrigues disse que os R$ 33 mil encontrados pela Polícia Federal nas vestes íntimas do senador se destinavam ao pagamento dos funcionários de uma empresa da família.