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Bolsa segue batendo recordes, e dólar fecha em queda com manutenção da Selic

Decisão do Copom de manter a Selic em 15% ao ano aumenta o intervalo de juros entre o Brasil e Estados Unidos

B3 fechou batendo recorde pelo nono dia seguido

O Índice Bovespa (Ibovespa), indicador do mercado de ações brasileiro, fechou em recorde pelo nono dia seguido, com uma avanço de 0,18% aos 153.563 pontos. Na sessão desta quinta-feira (6), os investidores repercutiram a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) que manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano.

Ao longo do dia, a bolsa chegou a superar os 154 mil pontos pela primeira vez na sua história, mas perdeu força ao longo da tarde, na medida em que dados privados do emprego nos Estados Unidos mostraram um avanço nas demissões. Na mesma toada, o dólar perdeu força e recuou 0,23% ante o real, cotado a R$ 5,35.

O bom desempenho dos ativos domésticos foi sustentado pela perspectiva de aumento no intervalo entre os juros americanos e brasileiros. Os dados do emprego são uma das principais balizas para o Federal Reserve (Fed) cortar os juros. Com a desaceleração do mercado de trabalho, os diretores da autoridade monetária americana já promoveram dois cortes de 0,25%.

Atualmente, a banda de juros nos Estados Unidos está no intervalo entre 3,75% a 4%. Com a Selic em 15% ao ano, os dados favorecem os investidores que tomam empréstimos a juros baixos e investem no Brasil com taxas maiores - estratégia chamada de “carry trade”. Assim, os ativos locais são favorecidos.

Segundo o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, as duas notícias favoreceram o real no pregão do dia. Segundo ele, a perspectiva de corte de juros nos EUA penaliza o dólar globalmente.

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“Ao sinalizarem desaceleração no mercado de trabalho americano, os dados reforçaram a expectativa de que o Federal Reserve poderá adotar um corte de juros na reunião de dezembro. Esse cenário reduz a perspectiva de rentabilidade dos Treasuries, penalizando o dólar globalmente e favorecendo especialmente moedas de juros mais altos, como o real”, disse.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.