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Bolsa fecha em 150 mil pontos pela primeira vez, na espera pela Selic

Ibovespa renovou seu recorde nesta segunda-feira (3), em dia de poucas notícias para o mercado financeiro

Mercado espera manutenção da Selic em 15% ao ano

O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado de ações da bolsa de valores brasileira (B3), fechou a segunda-feira (3) com uma alta de 0,47% aos 150.235,90 pontos. O registro do pregão marca o sexto recorde seguido do índice, desde o dia 27 de outubro.

Os bons resultados da bolsa brasileira ocorrem na medida em que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a taxa básica de juros se aproxima. A expectativa de uma Selic em patamares elevados, em 15% ao ano, eleva a projeção de retorno de alguns títulos brasileiros, sobretudo com o corte de juros nos Estados Unidos.

O Copom não deve promover um corte, o que aumenta o intervalo entre os juros brasileiros e americanos. Isso favorece a entrada de investidores estrangeiros no Brasil, que pegam empréstimos em economias com juros baixos e investem no país com rentabilidade maior. Essa diferença diminui a pressão do câmbio sobre a inflação.

Segundo avaliação da economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitoria, o comunicado do Copom pode indicar uma mudança de tom do BC em relação a Selic. A especialista cita uma leitura de desaceleração da inflação, que segundo o Boletim Focus se aproxima do teto da meta de 4,5%, além de um câmbio controlado.

“O comunicado pode indicar uma mudança de tom do comitê, que vem mantendo uma postura mais dura nas últimas reuniões. O cenário evoluiu de maneira positiva desde a última revisão, não somente com a queda da inflação além do esperado, mas também importante revisão das expectativas, inclusive para os prazos mais longos”, disse a economista do Inter.

Dólar cai ante o Real

O real foi uma das poucas moedas que valorizaram frente ao dólar na sessão desta segunda-feira (3). A moeda americana teve uma queda de 0,39% a R$ 5,35, também com os investidores na espera da Selic.

O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, explica que a diferença de juros aumenta a atratividade dos ativos domésticos, ampliando a valorização do real. “A perspectiva de que a Selic permanecerá em patamar elevado por um prazo prolongado tende a elevar as projeções de retorno dos títulos públicos brasileiros”, explicou.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.