O candidato a senador Irani Gomes (PRTB) tomou um susto ao procurar saber quantos votos obteve na eleição deste domingo (2). Apesar de ter a candidatura deferida pela Justiça eleitoral, Gomes não aparece, até a manhã desta segunda (3), nos resultados finais disponibilizados pelo TSE, como se não tivesse sido candidato.
Segundo o advogado de Gomes, a renúncia de um suplente do candidato é a causa da confusão. No dia 21 de setembro, Oseas Soares, segundo suplente de Irani Gomes, renunciou à candidatura - pela legislação, como faltavam menos de 20 dias para a eleição, uma substituição na chapa não seria possível, o que impediria a candidatura de Irani de prosseguir.
Apesar disso, a defesa de Irani entrou com um recurso na Justiça para recorrer da renúncia, considerada como retaliação pessoal entre o candidato a suplente e o candidato titular por conta de desavenças. Como o recurso ainda não foi julgado pelo TRE mineiro, a não divulgação do resultado eleitoral de Irani Gomes é questionada pelos advogados.
“Não há qualquer impedimento jurídico para o TRE não divulgar os resultados do Irani. O registro de candidatura foi deferido e a renúncia do suplente ainda não teve trânsito em julgado. Nós vamos entrar com um mandado de segurança agora exigindo que os votos que Irani obteve sejam computados e divulgados”, diz o advogado Raimundo Cândido Neto.
É comum que o TRE divulgue os votos obtidos mesmo por candidatos indeferidos mas que ainda estão sob julgamento da Justiça. Na avaliação do advogado, esse deveria ser o caso de Gomes.
Na noite de domingo, Irani Gomes chegou a formalizar uma denúncia na Polícia Federal questionando o seu “sumiço” dos resultados.
Na carta de renúncia apresentada à Justiça eleitoral, Oseas Soares afirma que sua candidatura a segundo suplente de senador “foi imposta”. “Depois de pensar muito, resolvi não só renunciar mas também denunciar que fui forçado a me candidatar para compor chapa, já que prestava serviço ao partido. Eles não tinham outro candidato”, diz.