O senador Marcos do Val (Podemos-ES) confidenciou a colegas de parlamento que “teme ser preso” pela Polícia Federal. O parlamentar se envolveu em uma confusão após, em fevereiro, denunciar que o ex-deputado federal Daniel Silveira (PL-RJ) teria se reunido com ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em dezembro de 2022, e apresentado um plano para grampear o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O objetivo seria comprovar que Moraes era imparcial e perseguia bolsonaristas. No plano de Silveira, o responsável pela “missão” de gravar o ministro seria Marcos do Val que afirmou ter acesso ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
Bolsonaro
Na última quarta-feira (12), em depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou a trama de um grampo, mas confirmou que se reuniu com Do Val e Silveira e que, após a reunião, recebeu do senador o print de uma conversa dele com o ministro do Supremo.
“Acabei de pousar no meu Estado, só retorno para Brasília na próxima terça-feira. Mas preciso adiantar uma parte do encontro que considero de alto grau de importância. Quem está fazendo toda a movimentação com objetivo de levá-lo a perda de função de ministro e até ser preso, é o DS (Daniel Silveira). O PR não está fazendo nenhum movimento nesse sentido, O DS que está tentando convencê-lo, dizendo ao PR que eu conseguiria adquirir as peças fundamentais para que a missão fosse um sucesso (...)”, diz a mensagem do senador para o ministro. Bolsonaro afirmou que ao receber a mensagem não entendeu nada e classificou aquilo como “coisa de maluco”.
Operação da PF
Em maio, o gabinete e as residências do senador, no Espírito Santo e em Brasília, foram alvos de mandados de busca e apreensão motivados pelas várias versões apresentadas por ele sobre o plano de grampear o ministro Alexandre de Moraes. Depois da operação, Do Val pediu afastamento para cuidar de questões de saúde. Na época, colegas já afirmavam que ele temia ser preso. Com os novos episódios, o medo só aumenta. “Várias vezes em falou do medo em ser preso. Na verdade, ele não está bem psicologicamente”, disse um colega do senador à coluna.